Artes/cultura
21/04/2018 às 08:00•2 min de leitura
Um novo estudo realizado na Dinamarca com 2,8 milhões de pessoas observou que os riscos de desenvolver demência são 24% maiores em pessoas que vivenciaram traumatismo craniocerebral — ou seja, algum tipo de trauma na cabeça, que pode ser leve, moderado ou severo.
Embora a idade média de diagnóstico da demência seja os 81 anos, experiências vividas anteriormente podem influenciar nas chances de desenvolvimento da doença, de acordo com os pesquisadores.
Isso não significa que que bater a cabeça vai fazer com que você a desenvolva precocemente; a ideia é que traumas nessa região do corpo aumentam suas chances futuras de enfrentar a doença.
Os índices de prevalência da demência entre norte-americanos é de 4,5% da população, enquanto, entre as pessoas no recorte da pesquisa que sofreram traumatismo craniocerebral, esse índice era de 5,1%.
O levantamento reuniu pesquisadores da Universidade de Washington, do Hospital Universitário de Copenhague e do Hospital Universitário de Aarhus e coletou sujeitos de pesquisa entre 1999 e 2013.
Depois de já identificar outras variáveis que poderiam contribuir com o diagnóstico de demência, eles conseguiram também separar os riscos por idade: se você sofre um traumatismo craniocerebral na faixa dos 30 anos, o risco de ter demência depois aumenta 37%. Quando o trauma acontece na fase dos 20 anos, esse número sobe para preocupantes 63%. Os números são bem maiores do que os 2% de aumento se a lesão acontecer na faixa dos 50 anos.
Agora, os especialistas precisam investigar e definir os tipos de lesão que influenciam esse risco: por exemplo, pequenas batidas de cabeça como as que resultam de uma queda em uma brincadeira de criança também podem ser incluídas no índice? Ainda não se sabe.
A demência afeta diretamente o cérebro e, diferentemente do que muita gente pensa, não é parte natural do envelhecimento. Ela impacta na personalidade, no apetite, na memória e no convívio social e pode ser de diferentes tipos, dos quais o Alzheimer é a variável mais conhecida.
Ao longo dos últimos anos, o número de pessoas idosas com demência vem caindo consideravelmente. Uma pesquisa divulgada nos Estados Unidos mostrou que, entre 2000 e 2012, ele passou de 11,6% a 8,8% das pessoas acima de 65 anos, chegando aos atuais 4,5%. Os números são similares na Inglaterra e em outros países da Europa.
Na América Latina, por outro lado, 6,5% da população idosa possuem demência, e a perspectiva é de um aumento considerável até 2050. Nessa região, no entanto, o aumento é produto não somente de mais pessoas tendo demência, mas do fato de que a população está envelhecendo — com muito mais pessoas atingindo a terceira idade do que uma década atrás, por exemplo.