Ciência
18/08/2018 às 05:00•2 min de leitura
O ano de 1986 foi mágico para muitas crianças brasileiras da época: elas ganharam um herói e uma rainha praticamente ao mesmo tempo. Não sabe de quem estamos falando? Do Zé Gotinha e da Xuxa, é claro! O personagem foi criado para incentivar a campanha de vacinação contra a poliomielite, enquanto a apresentadora ganhou esse título ao mudar de emissora e dominar as manhãs de segunda a sexta-feira em todo o país.
Menos de uma década depois, em 1994, o Brasil recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, outorgada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). E olha que a poliomielite já não era registrada no país desde 1990. Um grande avanço do qual é preciso ter orgulho até hoje.
Pulamos para 2018 e o que temos? As fakes news. Cada vez mais, pessoas que cresceram imunes a doenças por conta das campanhas das décadas de 80 e 90, deixam de vacinar seus filhos com base em notícias absurdas, que não deveriam ter nenhuma credibilidade. Esse é um fenômeno global, sendo que em 2016, a UNICEF estimou que quase 13 milhões de nascidos não tiveram acesso à vacinação em todo o mundo – um índice de 10% do total de bebês.
#VacinarÉProteger: Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo
Da década de 80 para cá, muita coisa mudou: os heróis se multiplicaram, a rainha trocou de emissora e algumas doenças erradicadas estão novamente assombrando a medicina e, principalmente, a vida dos pais e responsáveis que não vacinam suas crianças. O sarampo, por exemplo, tem tido um surto na Venezuela e entrado no nosso país pelo movimento migratório dos refugiados venezuelanos.
Para evitar que isso se torne um problema aqui, é preciso que a consciência adquirida há três décadas volte à tona. Por esse motivo, o Zé Gotinha e a Xuxa voltaram para mostrar que ícones são para sempre. E eles ganharam o reforço da Galinha Pintadinha, a nova rainha dos pequenos, para incentivar a vacinação.
O Ministério da Saúde está com a campanha contra a poliomielite e o sarampo durante este mês e fará um Dia D de imunização no sábado, dia 18. Estão convocadas TODAS as crianças de 1 a menores de 5 anos de idade, mesmo aquelas que já foram vacinadas. E seus responsáveis não devem se esquecer da caderneta, hein? Para mais informações sobre a campanha, visite o site saude.gov.br/vacinareproteger
Guarde a caderneta de vacinação em um local seguro
A poliomielite é uma doença infecciosa causada pelo poliovírus dos tipos 1, 2 e 3, e apresenta quadros de paralisia muscular súbita, principalmente dos membros inferiores – por conta disso, ela é popularmente chamada de paralisia infantil. A evolução costuma ser rápida e, uma vez adquirida, não tem cura. Por isso, a imunização precisa ser feita o mais cedo possível para não expor os pimpolhos a esse risco.
Os sintomas mais comuns da poliomielite são dor de garganta e de cabeça, vômitos, mal-estar, rigidez muscular e meningite. Nem todos os casos levam à paralisia, mas, quando isso acontece, sintomas como fortes dores musculares e flacidez nos membros são notados nos infectados. Situações mais graves podem resultar na morte da pessoa.
A poliomielite pode desencadear a paralisia dos membros inferiores
Já o sarampo também é uma doença infecciosa viral grave e extremamente contagiosa. Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus pela OPAS, mas recentes surtos na Venezuela e, consequentemente, em Roraima e no Amazonas, têm deixado os médicos em alerta.
Os principais sintomas do sarampo são febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo, tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal. Em casos graves, principalmente em regiões mais carentes, a desnutrição pode contribuir para quadros mais severos, que inclusive levam à morte. Não dá para perder a vida para uma doença que já se encontra controlada, não é mesmo?
A principal característica do sarampo são as manchas avermelhadas na pele