Ciência
07/09/2019 às 09:00•2 min de leitura
Pode parecer bobo, mas por que você não deveria fazer exercício e, logo depois, poder usar um enxaguante bucal? O que uma coisa tem a ver com a outra?
Nos comerciais da TV, tudo é muito simples e rápido: uma pessoa sorridente põe o enxaguante na boca, bochecha o líquido e, então, sua higiene bucal está 100% garantida a partir daquele momento. Qual será o preço de você paga por essa quantidade de químicos que coloca na boca?
Um experimento feito por cientistas do Reino Unido e da Espanha revelou que usar o enxaguante bucal logo após o exercício acaba com uma das vantagens da atividade física: a baixa da pressão arterial.
Quando nos exercitamos, os vasos sanguíneos se abrem por conta do óxido nítrico, dilatando-os, e assim a pressão arterial diminui, trazendo vantagem para os exercícios físicos e para a saúde em geral.
Por muito tempo acreditava-se que os vasos ficavam dilatados apenas pelo período de tempo das atividades físicas, entretanto, descobriu-se que após esse período a pressão se mantém baixa graças a forma como as bactérias interagem com o composto nitrato.
O nitrato é absorvido nas glândulas salivares e excretado com saliva na boca. Dali, algumas bactérias usam o nitrato e o convertem em nitrito, que é engolido com a saliva, é absorvido pela circulação sanguínea e volta ao óxido nítrico, o que mantém os vasos largos e diminui a pressão.
Portanto, se um enxaguante bucal antibacteriano for utilizado, esse sistema será interrompido, e a pressão sanguínea voltará a aumentar após a atividade física.
Embora tenha sido um experimento pequeno, ele nos ajuda a lembrar de que nem toda bactéria é ruim para a gente; além disso, devemos também ficar atentos aos compostos antibacterianos que colocamos no nosso corpo, pois eles eliminam indiscriminadamente as bactérias, que também podem ser vantajosas, do nosso sistema.