Artes/cultura
22/08/2020 às 09:00•2 min de leitura
Cientistas da Universidade de Coventry, no Reino Unido, apontaram por meio de estudos que a meditação pode contribuir com sintomas de ansiedade e depressão. A pesquisa feita pela equipe incluiu cerca de 55 artigos científicos e buscou calcular a média de pessoas que sentiram os efeitos colaterais após a prática de meditar.
O objetivo do exercício é treinar a mente para obter um foco firme em momentos de desgaste mental, ao afastar pensamentos que causam stress e podem deixar os praticantes nervosos. Ao distanciar a mente dos problemas rotineiros, cria-se uma sensação de alívio que combate os transtornos mentais.
O crescente interesse no hábito de meditar pode ser explicado, em partes, pelo aumento dos relatos negativos sobre efeitos colaterais dos remédios antidepressivos. Nesse sentido, uma das maiores queixas se dá pela dificuldade em parar o uso dos fármacos após o fim do tratamento.
(Fonte: Pexels)
Contudo, apesar de ser uma prática saudável, podem ocorrer efeitos contrários. Por se tratar de um exercício introspectivo, o hábito pode não beneficiar a todos e por isso não deve ser recomendado para casos de transtornos mentais sem indicação profissional.
Por meio dos dados, a equipe concluiu que 8% dos praticantes sentiram efeitos indesejados, que variavam entre um aumento na sensação de ansiedade e até mesmo crises de pânico. Nesse contexto, também foram observados casos de psicose e pensamentos suicidas.
Os casos no estudo podem ter sido acarretados por pessoas portadoras de problemas psicológicos não diagnosticados que buscaram o hábito de meditar para se sentirem melhores. Sem o acompanhamento especializado, a prática pode agravar quadros na saúde mental, ao reviver pensamentos estressantes durante as sessões.
Estresse degrada a saúde mental. (Fonte: Pexels)
O problema acontece quando o praticante tenta acalmar os pensamentos presentes, uma filosofia adotada no método mindfulness, por exemplo. Nesse momento, a mente pode se rebelar à tentativa de controle e ocasionar crises de pânico ou episódios depressivos.
Porém, o estudo não tem como objetivo desmotivar a prática de meditar: o hábito quando feito de maneira correta pode minimizar o estresse cotidiano. Uma alternativa mais segura é praticar com o auxílio de um professor ou aplicativo de instruções.
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