Estilo de vida
02/02/2021 às 03:00•2 min de leitura
Muitas vezes, procuramos um alimento mais saudável e acabamos nos enganando porque não entendemos o que está escrito no rótulo. Pensamos: “o que são esses nomes esquisitos que estão na embalagem?”. O rótulo nada mais é do que o canal de comunicação entre o fabricante e o consumidos, ele está ali para esclarecer dúvidas e, de uma maneira transparente, explicitar tudo que tem dentro daquela embalagem.
A rotulagem passou por um processo muito importante. Há alguns anos, muitas das informações que vemos nas embalagens não eram obrigatórias e a população consumia diversos alimentos sem saber a quantidade de açúcar, sódio e gorduras, por exemplo, que estava ingerindo.
Tudo isso mudou e por causa do aumento da obesidade e da quantidade de conservantes, gordura trans, sal e açúcar nos alimentos, a indústria precisou mudar a forma de apresentar seus produtos e se importar mais com o lado saudável. O pensamento das pessoas também está mudando e cada vez mais há uma preocupação maior com a alimentação e um estilo de vida saudável.
De acordo com essa política de controle da obesidade, a ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) definiu os novos elementos que seriam obrigatórios no rótulo. Com o passar dos anos, novos elementos foram sendo agregados, resultando no rótulo que temos hoje.
A embalagem de um produto alimentício deve ter seu peso, validade, lote e fabricante em lugares bem visíveis. Fiquem atentos a essas informações — verifique o peso em relação ao preço do produto, confirme a validade, pois, nenhum alimento deve ser consumido após essa data e, claro, confira o fabricante e a procedência.
O rótulo também deve conter a informação se é diet, light, low carb, zero lactose, gluten free, etc., além de ingredientes que podem causar alergia, como camarão, amendoim, ovo, oleaginosas e trigo.
A lista de ingredientes do produto é disposta de forma decrescente, ou seja, aquele que aparece primeiro é o que está presente em maior quantidade e o que está listado em último é o que tem em menor quantidade.
Quanto menos ingredientes, mais natural e saudável é o alimento, por isso, evite comprar produtos que possuam os famosos “nomes esquisitos”, aqueles que você não consegue identificar, como carboximetilcelulose, que funciona como espessante; polirricinoleato de poliglicerol, que é um emulsificante; dióxido de titânio, usado como corante; e ácido fumárico, como agente flavorizante. A presença desses elementos indica que se trata de um alimento ultraprocessado que é péssimo para a saúde.
Em alimentos integrais, certifique-se que a farinha integral seja o ingrediente mais abundante. Tome cuidado com o sal: em alimentos industrializados há muito sódio porque ele é um importante conservante.
A Tabela Nutricional é um elemento obrigatório e seus valores são referentes à porção (medida saudável recomendada) identificada no rótulo, que pode ser representada por quantidades como fatia, unidade, xícara etc. Na tabela, você encontra: valor energético (quantas calorias esse alimento oferece / quantidade de energia que ele contém), carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas (a mais prejudicial à saúde), gorduras trans (gordura hidrogenada — evite consumir produtos que possuam esse componente), fibra alimentar e sódio.
Os valores diários de referência (VD) se baseiam em uma dieta de 2 mil kcal, ou seja, consuma mais alimentos que te proporcionem alto VD de vibras e vitaminas, e baixo VD de gorduras e sódio.
O açúcar dos alimentos aparece “disfarçado” nos rótulos em vários nomes diferentes, como glicose, sacarose, frutose, maltodextrina, açúcar invertido, xarope, dextrose, maltose, lactose, galactose, monossacarídeo, dissacarídeo, polissacarídeo, amido, mel etc.
A rotulagem é bastante importante para a alimentação das pessoas, pois ela auxilia o consumidor a achar o produto ideal e saber exatamente o que ele proporciona. Nunca deixe de olhar o rótulo antes de decidir a sua compra.
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Marcela Andrade, colunista semanal do Mega Curioso, é bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, bacharel em Nutrição, perita judicial na área da Nutrição e pós-graduanda em Saúde Pública com ênfase em Estratégia Saúde da Família.