Ciência
01/08/2021 às 10:00•2 min de leitura
Já ouviu falar dos benefícios do ômega 3? É um ácido graxo com potente ação anti-inflamatória, utilizado para controlar os níveis de colesterol, glicemia e prevenção de doenças cardiovasculares e cerebrais.
Os ácidos graxos podem ser encontrados nos peixes de mar, como salmão, atum e sardinha, e em sementes como chia e linhaça. Um estudo realizado pelo Hospital del Mar Medical Research Institute (IMIM) mostrou que pessoas com níveis mais altos dessa substância no sangue têm aumento na expectativa de vida em quase 5 anos.
Em colaboração com o The Fatty Acid Research Institute nos Estados Unidos, o IMIM analisou dados de um grupo de estudos de longa duração chamado Framingham Offspring Cohort, que monitora, desde 1971, moradores da cidade de Massachusetts, nos EUA.
O estudo avaliou os níveis de ácidos graxos no sangue de 2.240 pessoas com mais de 65 anos que foram monitoradas nos últimos 11 anos. O objetivo principal era avaliar quais ácidos graxos funcionam como bons preditores de mortalidades e os fatores que levam a isso.
Os ômegas 3 não são produzidos pelo corpo, ou seja, são considerados essenciais e precisam ser ingeridos por meio de alimentação ou suplementação. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Os resultados indicaram que quatro tipos de ácidos graxos, sendo o ômega 3 um deles, cumprem um bom papel na expectativa de vida. Outros dois ácidos graxos saturados, que tradicionalmente são associados ao risco cardiovascular, foram percebidos como indicadores de maior expectativa de vida; ou seja, para os pesquisadores, os ácidos graxos saturados não são necessariamente ruins.
Os cientistas descobriram que os níveis de ômega 3 nos eritrócitos do sangue, chamados de glóbulos vermelhos, são bons indicadores de risco de mortalidade. Assim, ter níveis mais elevados desses ácidos aumenta a expectativa de vida em quase 5 anos. Para grau de comparação, um fumante regular tem 4,7 anos a menos em sua expectativa de vida.
Os resultados são importantes e podem contribuir com a personalização das recomendações dietéticas das pessoas. A partir da concentração de ácido graxo no sangue, nutricionistas podem prescrever dietas mais alinhadas com a necessidade de cada um e até recomendar suplementação quando necessário.
Além da prática de exercício físico, os resultados mostram que com a mudança na dieta é possível aumentar a expectativa de vida. (Fonte: Freepik/Reprodução)
Depois das descobertas, os pesquisadores vão analisar os mesmos indicadores em grupos de origem diferentes, como europeia, para entender se os resultados também se aplicam fora dos Estados Unidos.