Artes/cultura
03/12/2021 às 06:30•2 min de leitura
O estado de Pernambuco tem sofrido alta no número de casos de lesões de pele que causam coceira. Segundo os dados notificados pelos municípios, o índice de pessoas com suspeita do problema praticamente dobrou no prazo de 1 semana. Como a causa ainda não foi detectada, o surto levantou grande preocupação entre os profissionais da Saúde da região.
Os pacientes alegam lesões por toda a pele, principalmente na região do tronco e dos braços, que vêm acompanhada de coceira. Foram relatados 427 casos no último fim de semana, de acordo com os números compartilhados pelas prefeituras. Em comparação, eram apenas 185 casos na terça-feira (23).
(Fonte: Arquivo Pessoal/Folha de S. Paulo)
Embora o surto estivesse concentrado em apenas 3 cidades do grande Recife até semana passada, agora já se espalhou por 13 municípios em Pernambuco, inclusive alguns dentro da Zona da Mata. O maior número de casos está localizado em Recife, capital pernambucana, onde 185 pessoas constataram as lesões na pele.
Foi também em Recife que os primeiros casos começaram a "pipocar" pelos cantos. No início de outubro, alguns habitantes relataram ter coceira intensa, com lesões avermelhadas espalhadas pela pele. Como a origem do surto ainda é desconhecida, as autoridades locais têm dado continuidade às investigações.
As ocorrências na capital do estado se distribuem em 39 bairros, mas aparecem predominantemente na zona norte, especialmente entre Dois Irmãos e Guabiraba. A tendência é que o setor de saúde da região continue realizando questionários nos locais de maior incidência e realize novos exames laboratoriais durante as próximas semanas.
(Fonte: TV Globo/Reprodução)
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) indicou que não houve registro de agravamento das lesões associado a esse quadro. Além disso, foi reforçado que casos dessa natureza estão sendo constantemente verificados junto às secretarias municipais em parceria com as Gerências Regionais de Saúde (Geres) para criar a notificação oficial.
No dia 19 de novembro, a SES descartou a possibilidade de o surto ter sido transmitido por meio de alimentos. A principal suspeita dos especialistas é de que sejam casos de sarna humana, alergia ou um tipo de arbovirose causada por mosquito. Por esse motivo, os municípios devem contar com o auxílio constante de dermatologistas e até mesmo cogitar a instalação de armadilhas para insetos.
Na sexta-feira (26), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) levantou a hipótese de que o surto possa estar sendo gerado pelo uso indiscriminado de ivermectina, um vermífugo usado para o tratamento de sarna e piolho, mas que também foi integrado no "kit covid" para combater a covid-19 sem qualquer eficácia comprovada.
(Fonte: Shutterstock)
Para tentar conter o surto de casos, a Secretaria de Saúde do Recife pediu para que as pessoas não se automediquem, busquem manter as mãos sempre higienizadas e procurem uma unidade de saúde para receber orientações e tratar os sintomas.
A orientação no estado é que os profissionais da Saúde notifiquem os casos suspeitos em um prazo de 24 horas. A partir desse momento, cada caso será investigado pela SES em parceria com os municípios, para então conseguir chegar a uma eventual conclusão a respeito do que vem causando o surto.