Artes/cultura
09/12/2021 às 09:30•3 min de leitura
Os millennials, ou geração do milênio, têm mudado a forma como a sociedade percebe a saúde mental e fala sobre o assunto. De uns tempos para cá, o termo burnout — exaustão extrema relacionada ao trabalho — passou a ser frequentemente associado a esse grupo de pessoas nascidas entre os anos de 1980 e 1996.
Basicamente, por mais que se esforcem e ofereçam o melhor de si, os millennials ainda sentem que são alvo de cobranças absurdas (de terceiros e deles mesmos), as quais causam impactos negativos que vão além do ambiente profissional.
(Fonte: Shutterstock)
Horas de trabalho mais longas, exigências cada vez maiores, cobrança de performance surreal no emprego e salários estagnados são alguns dos aspectos que fazem a geração do milênio apresentar taxas mais altas de burnout do que outras gerações.
Para muitos deles, o tipo de emprego que têm desempenha um papel significativo na saúde mental. Por isso, não é raro encontrar millennials que chegaram ao ponto de pedir demissão por questões de saúde mental.
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Por outro lado, mesmo considerando que uma parte significativa dessas pessoas não tem recursos para pagar um tratamento adequado e não conta com a compreensão dos seus locais de trabalho, esses indivíduos se mostram mais à vontade em buscar ajuda e fazer terapia em comparação com as gerações anteriores.
Outro fator de peso para o esgotamento desse grupo envolve a pressão por resultados. É nesse cenário que fica mais fácil notar que os millennials em cargos de gerência são os mais propensos a desenvolver algum transtorno mental. Muitas vezes, essas funções de importância para o funcionamento das empresas são ocupadas por pessoas jovens e, boa parte delas, foi promovida pela primeira vez na carreira.
Como consequência, esses profissionais anseiam por mostrar que são capazes e desafiam a si mesmos na busca por um lugar de destaque — o que, normalmente, seria algo positivo, mas, ao ocuparem postos intermediários, os millennials são obrigados a assumir responsabilidades além das exigidas para o cargo. Sem contar os casos em que são forçados a assumir o erro cometido por funcionários subordinados e precisam lidar diretamente com a pressão dos superiores.
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Alguns dos pontos mais importantes nesse contexto, segundo pesquisas na área, são os descritos a seguir.
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Para piorar a situação, uma pesquisa conduzida pela empresa de Recursos Humanos Paychex, apontou que mais da metade dos profissionais entrevistados afirmaram que seus empregos são a razão para problemas na saúde mental. Cerca de 56% dos funcionários disseram que os benefícios de saúde mental oferecidos pelas empresas são razoáveis ou ruins. Além disso, 45% dos supervisores nunca receberam nenhum treinamento sobre saúde mental.
A situação é tão grave que o Fórum Econômico Mundial chegou a reunir especialistas na área para desenvolver um conjunto de ferramentas práticas para ajudar organizações a lidar com a saúde mental dos seus funcionários. Uma das observações mais importantes feitas pelos especialistas é que toda empresa deveria ter líderes cientes e treinados para lidar com questões como essa.