7 fatos surpreendentes sobre as vacinas

06/01/2022 às 04:003 min de leitura

Talvez nunca tenhamos pensado (e falado) tanto sobre vacinas como tem sido desde 2020. No intuito de se proteger contra a desinformação, é possível também que você tenha aprendido muito sobre esse assunto, mas boa informação nunca é demais. Por isso, preparamos uma lista com 7 fatos interessantes sobre as vacinas.

1. A mulher que descobriu a vacina para varíola

(Fonte: National Trust)(Fonte: National Trust/Reprodução)

Talvez você não saiba, mas a primeira vacina do mundo teve participação crucial de uma mulher. No século XVIII, a aristocrata inglesa Mary Wortley Montagu morava na Turquia junto de seu marido, um embaixador britânico. Lá, ela notou que as mulheres não tinham marcas de varíola — doença altamente infecciosa e que deixa cicatrizes nos doentes. Ao pesquisar, ela descobriu a razão: havia uma prática na Ásia desde o século X de aplicar pequenas quantidades de pus, tirado de alguém com a doença, na corrente sanguínea de outras pessoas — o que configurava o princípio da imunização.

Ainda na Turquia, Mary Wortley Montagu autorizou que seu filho mais velho recebesse o tratamento. Em 1721, depois de ter retornado à Inglaterra, Montagu teve mais uma filha. Como o país enfrentava um surto de varíola, ela novamente autorizou uma imunização, feita de forma rudimentar, na sua bebê. Embora o método tenha funcionado, ela nunca foi reconhecida oficialmente pelo seu papel no desenvolvimento dessa vacina — cuja invenção, anos mais tarde, foi creditada ao inglês Edward Jenner.

2. A vacina veio da vaca?

(Fonte: El País)(Fonte: El País/Reprodução)

Edward Jenner, então, ficou conhecido como o inventor da primeira vacina, mas há uma curiosidade sobre seu nome: a palavra “vacina” vem do latim “vaccinus”, que significa “derivado da vaca”. Isso porque Jenner começou a investigar o processo de imunização após notar que pessoas que ordenhavam vacas não pegavam varíola — o que ocorria porque elas já haviam sido contaminadas pela varíola bovina, adquirindo proteção contra a doença humana.

3. Um médico pronto para fugir

(Fonte: Revista Galileu)(Fonte: Revista Galileu/Reprodução)

Vale lembrar que, quando falamos de vacinas, estamos falando de procedimentos experimentais e que levam muito tempo até cair na confiança das pessoas. Por isso, um dado interessante é que a realeza europeia se voluntariou para tomar as primeiras vacinas. Catarina, a Grande, imperatriz da Rússia no século XVIII, levou um médico inglês para o seu país para inocular uma vacina contra varíola no seu filho e em si mesma.

Como a operação tinha riscos, conta-se que o médico levou várias carruagens para poder fugir em alta velocidade caso a vacina desse errado.

4. O perdão pela vacina

(Fonte: Arquivo Peter Berthoud)(Fonte: Arquivo Peter Berthoud/Reprodução)

Em 1975, médicos ingleses queriam estudar a eficácia do método de imunização contra a varíola. Para isso, fizeram um experimento inusitado: conseguiram que criminosos já condenados da prisão de Newgate se voluntariassem a tomar a vacina. Em troca, eles seriam perdoados — caso não morressem, é claro. O processo era o mesmo usado na Turquia (a inoculação de pequena quantidade de pus de pessoas que tinham a doença). Por sorte, ninguém morreu.

5. Ataques religiosos à vacina

(Fonte: ThoughtCo)(Fonte: ThoughtCo/Reprodução)

Quando Cotton Mather, um primeiro-ministro protestante puritano da Nova Inglaterra, situada nos Estados Unidos, apoiou a imunização coletiva contra varíola no século XVIII, ele foi fortemente atacado. Alguns cidadãos argumentavam que usar vacinas era agir contra os “planos de Deus”. Mather chegou a sofrer um ataque sério: alguém jogou uma granada na janela do seu escritório junto a um bilhete ameaçador.

6. A primeira imunização coletiva

(Fonte: Correio Braziliense)(Fonte: Correio Braziliense/Reprodução)

O médico Zabdiel Boylston foi o responsável pela primeira tentativa de fazer uma imunização coletiva com uma vacina. Isso ocorreu em Boston, nos Estados Unidos, no ano de 1721. Boylston imunizou cerca de 300 pessoas — dessas, apenas 6 morreram. Foi a primeira prova de que imunizar muita gente ao mesmo tempo poderia ser a melhor estratégia para livrar o país de uma doença.

7. Políticos americanos na defesa da vacina

(Fonte: Unicentro)(Fonte: Unicentro/Reprodução)

Vários políticos americanos bem-conhecidos foram defensores das vacinas, mas vale lembrar do caso de Benjamin Franklin, que perdeu seu filho de 4 anos, acometido pela varíola em 1736. Na época, alguns rumores diziam que a criança havia sido vacinada, mas havia morrido mesmo assim, o que seria uma prova de que a imunização não funcionava. Em sua autobiografia, no entanto, ele registrou que se arrependia de não ter vacinado o filho e recomendava que outros pais não fizessem o mesmo.

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