Artes/cultura
13/01/2022 às 12:00•3 min de leitura
Desde que os primeiros casos de covid-19 foram detectados, na China, não demorou muito para que a doença se espalhasse pelo mundo inteiro. Em janeiro, ela já estava na Europa e América do Norte, em fevereiro chegou ao Brasil e, em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarou uma pandemia. O planeta todo estava infectado.
No meio desse caos sem precedentes, será que algum país ileso? Oficialmente, pelas tabelas da OMS, dez países e territórios não têm nenhum caso de covid-19 — mesmo agora, em 2022. Eles podem ser divididos em duas categorias, que apresentamos a seguir.
Tuvalu é o país menos visitado do mundo — e um dos únicos sem covid.
Muitos países fecharam suas fronteiras para evitar que a covid-19 entrasse em seus territórios. Mas é bem mais fácil fechar o país quando sua única fronteira é o mar, né? Por isso, os países pequenos e insulares do Oceano Pacífico tiveram alguma vantagem na luta contra a pandemia.
Tuvalu, Nauru e Kiribati são três países independentes que não registraram nenhum caso de covid-19, em quase dois anos de pandemia. Os dois primeiros são bem pequenos, com menos de 10 mil habitantes — além de estarem entre os países menos visitados do mundo. Já Kiribati é relativamente maior, com 120 mil pessoas, mas também passou “ileso”.
Kiribati, aliás, é o único país que está nos quatro hemisférios — norte, sul, oriente e ocidente —, com dezenas de atóis e ilhas espalhados pelo Oceano Pacífico.
Os territórios de Niue, Tokelau e Ilhas Cook (dependentes da Nova Zelândia), bem como Ilhas Pitcairn e Santa Helena (do Reino Unido), também estão entre os únicos 10 lugares “covid-free” do mundo. É interessante observar que Tokelau e Pitcairn são os únicos territórios do planeta sem acesso por avião — o único jeito de chegar lá é de barco.
Mesmo que a emergência sanitária não tenha atingido essas ilhas, não significa que o povo não foi afetado pela pandemia. Em várias dessas ilhas, o turismo é uma das principais fontes de renda e emprego — nas Ilhas Cook, corresponde a dois terços do PIB, por exemplo.
Ilhas Cook não tiveram casos de covid, mas sofreram pelo turismo.
Palau, outro desses pequenos países do Pacífico, permaneceu fechado pela maior parte de 2020 e sua economia foi severamente afetada. Em meados de 2021, a ilha voltou a receber turistas e, em agosto, se tornou um dos últimos países a registrar seu primeiro caso de covid-19. Até janeiro de 2022, o país tinha registrado apenas 20 casos, sem nenhuma morte.
Ainda depois disso, Tonga registrou seu primeiro caso em novembro de 2021, após abrir suas fronteiras para navios de cruzeiro e viajantes. Foi o suficiente para decretar lockdown — esse é o único caso registrado no país, até agora. Em Kiribati e Ilhas Cook, houve casos suspeitos, mas a contagem oficial da OMS ainda mostra zero casos para os dois países.
Além dos países insulares do Pacífico, Coreia do Norte e Turcomenistão afirmam não registrar nenhum caso de covid-19 até agora. Mas esses relatos são bastante suspeitos, já que os países têm fronteiras terrestres — e vivem sob regimes ditatoriais.
Na Coreia do Norte, o governo de Kim Jong Un fechou totalmente suas fronteiras terrestres, já em janeiro de 2020. Tudo bem que elas nunca foram das mais abertas. Mas esse fechamento total atrapalhou o comércio com a China, seu principal parceiro comercial, afetando a produção de alimentos no país. O próprio ditador admitiu que o país passava pelo seu período mais difícil dos últimos anos.
Desse modo, pode até ser que não existam casos de covid-19 na Coreia do Norte — embora fontes dissidentes digam que algumas dezenas de soldados foram infectados —, mas o país foi afetado de qualquer forma. Ainda assim, o regime de Kim Jong Un recusou ofertas de vacina do consórcio Covax e do governo russo.
O presidente do Turcomenistão JURA não haver covid em seu país.
Já o Turcomenistão é o caso mais curioso: o país não é tão isolado quanto a Coreia do Norte, mas também vive com um ditador, Gurbanguly Berdimuhamedow. Ele simplesmente proibiu a palavra coronavírus — o governo afirmou que eventuais casos de doenças respiratórias eram causados pela poluição e não pelo vírus.
Mesmo com essa história difícil de acreditar, o Turcomenistão não recusou ofertas de vacinas e está aplicando doses da CoronaVac, Sputnik V e outros imunizantes.