Artes/cultura
11/06/2022 às 08:00•2 min de leitura
Na última semana, uma postagem feita no Twitter sobre uma mulher dando à luz no mar gerou polêmica entre os internautas. Afinal, a água do mar é responsável por curar feridas abertas ou apenas gera mais infecções? Além disso, até que ponto é saudável expor um recém-nascido a esse tipo de ambiente?
De maneira simplificada, pode parecer plausível pensar que o sal encontrado no oceano poderia servir para sarar uma ferida, mas também é preciso pensar que uma única gota de água do mar possui uma gama imensa de microrganismos. Então, qual a resposta para essa questão? Veja só o que os especialistas pensam a respeito nos próximos parágrafos!
(Fonte: Shutterstock)
Se a água do mar é salgada e o sal é uma ótima substância para curar feridas, por que a matemática não fecha quando entramos em contato com esse líquido com algum tipo de machucado? A simples verdade é que esse líquido não é estéril e não é como se você estivesse limpando o seu ferimento com uma solução salina comum.
Por isso, antes de você decidir entrar no oceano com algum tipo de ferimento, é preciso levar em consideração múltiplos fatores. Por exemplo, é importante analisar como anda o sistema imunológico do indivíduo em questão, qual o estado de sua ferida, qual oceano ele estará nadando e por aí vai.
Pessoas que sofrem com alguma condição que diminui a proteção do sistema imunológico, como diabetes ou doenças hepáticas, estão mais suscetíveis a contrair infecções nesse tipo de ambiente do que quem está com a saúde em dia. E mesmo assim, é recomendado que qualquer indivíduo limpe bem e cubra suas feridas antes de entrar em contato com a água do mar.
(Fonte: David Liittschwager/National Geographic/Reprodução)
Principalmente em regiões do oceano que estão perto de estatuários ou corais, o nível de bactérias presentes na água é consideravelmente alto e a natação com qualquer tipo de ferida aberta se torna muito arriscada. Na região dos trópicos, o clima quente faz com que o crescimento bacteriano seja estimulado e o contato com o líquido seja ainda mais perigoso.
Em 2014, uma fotografia feita pelo fotógrafo do National Geographic, David Littschwager, e ampliada 25 vezes, mostrou muitas coisas que estão escondidas na água do mar e que nós não conseguimos ver com olhos nu: larvas de caranguejo, cianobactérias, diatomáceas, copépodes, quetognatas, ovas de peixe, vermes marinhos e muito mais.
A areia da praia, ainda por cima, parece ser ainda menos saudável. Existem sérios riscos de contaminação fecal relacionada ao esgoto e outros microrganismos infecciosos. Logo, é possível imaginar que estar nesse tipo de ambiente sem qualquer proteção para as suas feridas parece ser, no mínimo, irresponsável.
Quanto ao parto na praia, a resposta não é muito diferente. Se não for em uma situação de extrema emergência, recomenda-se que a mulher grávida dê à luz em um local com atendimento adequado e condições sanitárias estáveis.