Artes/cultura
07/10/2022 às 08:00•3 min de leitura
Os episódios de epidemias ou histeria coletiva são fenômenos raros em que uma grande quantidade de pessoas apresentam ao mesmo tempo vários sintomas de descontrole emocional ou de sintomas físicos, como vômitos, convulsões, desmaios e dores de cabeça.
Esta é uma manifestação de cunho sociopsicológico que é estudada pela ciência e tem até nome: em francês, é chamada de folie à plusieurs, ou loucura de muitos. Neste texto, contamos 4 vezes na história em que isto aconteceu com grandes grupos.
(Fonte: GNTC)
Em 1518, uma epidemia de dança ocorreu em Estrasburgo, na Alsácia (que corresponde hoje à França). Durante dois meses, cerca de 400 pessoas começaram a dançar e não conseguiram mais parar. Tudo começou quando uma mulher chamada Frau Troffea saiu de sua casa e começou a dançar na rua. Logo, algumas pessoas se juntaram à sua coreografia bizarra, e não pararam mais.
As autoridades começaram a se preocupar e até membros da Igreja foram chamados para intervir, sem sucesso. Aparentemente, algumas pessoas morreram de cansaço, de se movimentarem até a exaustão. Vale lembrar que casos como esse eram relativamente comuns na era medieval, e acreditava-se que estas pessoas estavam sob possessão demoníaca ou então enfrentavam o julgamento divino.
(Fonte: Facebook)
Em 1962, uma grande epidemia de riso se iniciou na aldeia de Kashasha, localizada na Tanzânia, em uma região próxima a Uganda. Ela teria se iniciado em um internato de meninas. Três delas teriam começado a rir de uma piada, e a risada se espalhou por toda a escola.
A epidemia durou cerca de 18 meses até acabar, e a escola foi forçada a fechar e mandar as meninas para casa. Quando elas retornaram para as suas vilas, a epidemia se espalhou e muitas pessoas começaram a ter ataques de riso sem conseguir parar.
Os sintomas relatados foram dores, desmaio, flatulência, problemas respiratórios, erupções na pele e ataques de choro. No total, 14 escolas foram fechadas e 1000 pessoas foram afetadas. Estudiosos posteriormente disseram que o episódio teria sido causado por estresse das meninas, que sofriam muito pelas altas expectativas de seus pais e professores.
(Fonte: Hypescience)
Em 1983, ocorreu na Cisjordânia uma epidemia de desmaios entre os meses de março e abril. Um grande número de adolescentes palestinos e uma menor quantidade de mulheres de soldados israelenses começaram a manifestar desmaios e reclamações de tontura em diversas cidades do país. A crise totalizou, por fim, em 943 hospitalizações.
A explicação oficial dada para estes desmaios foi uma epidemia psicológica. Ainda assim, houve acusações entre israelenses e palestinos sobre a responsabilidade em ter acarretado este surto, que passou tão rápido quanto chegou.
(Fonte: Aventuras na História)
O ator italiano Rudolph Valentino foi um grande ícone do cinema e símbolo sexual muito cobiçado. Quando ele morreu em 1926, aos 31 anos, uma histeria em massa atingiu seus fãs. Alguns chegaram ao ponto do suicídio.
Ele teve um colapso por conta de uma úlcera perfurada. Foi feita uma cirurgia para reparar o dano, mas Valentino acabou morrendo oito dias depois por conta de uma inflamação que se espalhou pelo corpo. Neste período, seus fãs fizeram uma vigília na porta do hospital. Quando receberam a notícia de sua morte, vários deles começaram a ter atitudes extremas.
Na frente do hospital, duas mulheres tentaram se matar. Em Londres, uma fã tomou veneno segurando uma foto de Valentino. Outro jovem foi encontrado morto em casa coberto de fotos de seu ídolo.
Seu funeral, ocorrido em Nova York, reuniu mais de 100 mil pessoas que saíram às ruas enquanto tinham atitudes descontroladas. Algumas destruíram a janela da casa funerária e desabaram sobre o caixão do astro. O resultado é que mais de 100 oficiais de polícia tiveram que ser acionados para controlar a multidão.