Dissonância cognitiva: o que é e para que ela serve?

07/11/2022 às 10:002 min de leitura

A dissonância cognitiva é um conceito da psicologia bastante importante na compreensão sobre o que leva uma pessoa a manter certo comportamento. O termo foi descrito por Leon Festinger em 1957, e tem sido usado para tentar entender o que conseguiria levar à quebra de um hábito nocivo.

Por dissonância cognitiva, entendemos o mal estar que é provocado pelo conflito causado pelo que uma pessoa pensa, sente e faz. Digamos, por exemplo, uma pessoa que ache que ter ciúmes é ruim e nocivo, mas mesmo assim não consegue parar de sentir esta emoção. Alguns psicólogos acham que, mesmo que a dissonância cognitiva provoque sensações desagradáveis, ela é um instrumento importante para o crescimento pessoal.

Exemplos práticos de dissonância cognitiva

(Fonte: Pexels)(Fonte: Pexels)

Todo mundo, em algum momento, passa por isso. Pense, por exemplo, em uma pessoa fumante que sabe que fumar faz muito mal à saúde, mas mesmo assim não consegue largar o cigarro. Ou alguém que se dedica a uma dieta rigorosa para perder peso, e de repente se vê comendo uma porção enorme de fast food.

O momento político brasileiro é outro exemplo claro. Quando se enxerga o país dividido entre dois espectros políticos, percebem-se nuances deste fenômeno. Pode-se dizer que todo mundo acredita que corrupção é ruim. Mas algumas mensagens que circulam na rede social provocam que os cidadãos pensem mais sobre a dissonância: "você é contra a corrupção, mas fura a fila", ou "você é contra a desigualdade social, mas explora seus funcionários".

A ideia de expor isso a público parte do pressuposto que, se a pessoa sentir o mal estar provocado pela ciência da situação, ela irá refletir sobre os seus atos e eventualmente irá mudá-los. Mas será que funciona assim?

Para que serve a dissonância cognitiva?

(Fonte: Pexels)(Fonte: Pexels)

Sentir a dissonância cognitiva não é ruim, mas pode se tornar. "Quando as pessoas evitam lidar com desconforto mental – a menos que o problema se resolva por conta própria, o que geralmente é improvável com um conflito interno – isso pode levar a problemas no futuro", explica o psiquiatra Grant H. Brenner.

O problema futuro é esta sensação se tornar uma ansiedade generalizada, causando um sofrimento exagerado, que leva à paralisia, ao invés de instigar a mudança de um hábito. O que pode também ocorrer é o sujeito começar a justificar ou racionalizar comportamentos destrutivos.

“Tenho pacientes que acessam aplicativos de namoro e me dizem que tudo o que recebem é rejeição. Eu gosto de lembrá-los que eles rejeitaram algumas pessoas também, e não foi grande coisa. Eles não os odiavam. Mas quando eles se voltam contra si mesmos, eles são mais duros e internalizam o pensamento de 'eu sou horrível'. Esse padrão destrutivo de pensamento reforça a dissonância e pode moldar comportamentos para repetir esse ciclo negativo a longo prazo”, fala Thea Gallagher, diretora do ambulatório do Centro de Tratamento e Estudo da Ansiedade.

Por isso, quando se identifica que se está experimentando a dissonância cognitiva, o ideal é aproveitar a oportunidade para fazer uma análise sóbria e ver o que precisa mudar na sua vida.

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