EUA afirmam que covid-19 surgiu de vazamento em laboratório chinês

27/02/2023 às 10:132 min de leitura

Um estudo divulgado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos apontou que a pandemia de covid-19 pode ter vindo de um vazamento em um laboratório na China, e não de uma transmissão natural, conforme havia sido afirmado em outros relatórios.

A descoberta do Departamento de Energia entra em acordo com um estudo feito em 2021 pelo FBI, que havia concluído que o vírus se espalhou provavelmente por conta de um vazamento. A posição é considerada relevante, porque o departamento reitera que o espalhamento da covid-19 não teria sido resultado de um programa chinês de pesquisa sobre armas biológicas, conforme circulou no início da pandemia.

As hipóteses levantadas

(Fonte: ABC News)(Fonte: ABC News)

Desde o começo da pandemia de coronavírus, pesquisadores tentam entender o que levou à disseminação de um vírus altamente contagioso que, conforme dados da Organização Mundial de Saúde, já matou mais de 7 milhões de pessoas pelo mundo.

Algumas hipóteses se centraram na ideia de que um animal não identificado teria passado o vírus para os seres humanos, ou que ele teria surgido de um vazamento acidental de um laboratório de pesquisa em Wuhan.

A posição pontuada no relatório de Departamento de Energia contraria os estudos feitos por outras quatro agências de inteligência americanas, que sustentam que a pandemia tenha iniciado a partir da transmissão natural feita por um animal infectado.  Agora, o departamento se une ao mesmo resultado sustentado pelo FBI, embora ambas as instituições tenham chegado à mesma conclusão por motivos diferentes.

Já a CIA segue indecisa entre as duas hipóteses, de vazamento e transmissão natural. Contudo, seu relatório inicial em 2021 havia já deixado claro que o vírus não fazia parte de um programa chinês de armas biológicas.

A posição do governo Biden

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Durante seu governo, o então presidente americano Donald Trump tentou politizar a pandemia e chamar o covid-19 de "vírus da China", o que levantou uma onda de xenofobia contra os povos asiáticos. O atual governo de Joe Biden tenta se afastar desta visão.

As 18 agências de inteligência americanas ainda não chegaram a um consenso sobre o caso. O conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, declarou que “alguns elementos da comunidade de inteligência chegaram a conclusões de um lado, alguns do outro, e vários disseram que simplesmente não têm informações suficientes para ter certeza”.

Contudo, o conselheiro ressalta que o governo Biden está colocando todos os recursos da inteligência do país para ir a fundo nesta questão. “No momento, não há uma resposta definitiva para emergir da comunidade de inteligência sobre esta questão”, disse à CNN.

Por outro lado, as autoridades chinesas já contestaram que a covid-19 poderia ter vazado de seus laboratórios, entre os quais estariam o Instituto de Virologia de Wuhan, o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan.

Em uma declaração à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores da China negou a alegação de vazamento. O porta-voz Mao Ning chegou a classificar esta conclusão americana como "autoritária" e "altamente improvável".

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