Estilo de vida
24/03/2023 às 11:00•2 min de leitura
A famosa orientação que prega a necessidade de beber no mínimo dois litros de água por dia tem sido considerada exagerada nos últimos tempos, uma vez que a quantidade recomendada varia em função de vários fatores, como a idade e o metabolismo de cada pessoa, conforme indicou um estudo realizado pela Universidade de Aberdeen no ano passado.
A partir disso, o consumo de água entre 1,5 litro e 1,8 litro por dia tem sido melhor aceito. Essencial para o funcionamento do organismo, trata-se de uma substância que compõe cerca de 60% a 70% o corpo humano e que atua em diversas funções, como na regulação da temperatura interna, auxílio da digestão e na hidratação.
Esse último processo, em específico, foi alvo de um estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) publicado em janeiro de 2023 na revista eBioMedicine, de modo que o objetivo da equipe de estudiosos foi o de entender melhor qual seria a relação entre a hidratação e o envelhecimento.
Níveis mais baixos de hidratação foram associados a uma maior concentração de sódio sérico no sangue. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Para isso, foi selecionado um grupo de 11.255 adultos de meia idade saudáveis para serem analisados por 25 anos, iniciando em 1987. Assim, foi possível analisar os impactos da hidratação no organismo ao longo desse período.
Os pesquisadores notaram que os índices de sódio no sangue ficaram em patamares mais elevados entre os indivíduos que não se hidrataram bem no longo prazo. E como consequência, essas pessoas apresentaram uma idade biológica superior à que realmente tinham.
Quando em comparação com pessoas que apresentaram níveis de sódio sérico entre 137 a 142 mEq/L, esse risco foi considerado entre 10% e 15% mais elevado no grupo que apresentou níveis de sódio sérico acima de 142 mEq/L.
Níveis de sódio mais elevados foram associados ao envelhecimento acelerado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Ainda nesse cenário, a hidratação inadequada ao longo da vida foi associada ao aumento do risco de morte prematura em 21%, e uma chance 39% maior de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e acidente vascular cerebral (AVC). Já para os que tinham níveis acima de 144 mEq/L, por sua vez, o risco de apresentar uma idade biológica mais elevada que a cronológica foi de aproximadamente 50%.
Na pesquisa também foi observado como indivíduos que se mantiveram melhor hidratados ao longo da vida, com níveis de sódio sérico entre 138 e 140 mEq/L, apresentaram um menor risco de desenvolver doenças crônicas.
Apesar da quantidade ingerida de água não ter sido analisada entre os participantes do estudo, a pesquisa conseguiu trazer uma nova perspectiva para o papel da ingestão diária de líquidos e de alimentos que possuem água, que são maioria, na manutenção da saúde.
Conjuntamente, esses dados sugerem que manter o organismo hidratado é uma forma eficiente de retardar o envelhecimento e evitar uma morte prematura. E por ser algo já detectável durante a meia idade, os resultados obtidos reforçam a importância de adotar hábitos saudáveis na dieta desde cedo.