Artes/cultura
26/06/2023 às 12:00•2 min de leitura
Você sabia que os microplásticos estão em todo lugar? Pois é! Eles podem estar desde na neve fresquinha da Antártica até dentro de nós. A gente respira cerca de 16,2 pedacinhos de microplástico por hora, o que é igual a inalar um cartão de crédito em apenas uma semana. É muita coisa, né? Mas afinal, para onde vai parar tudo isso?
Em um novo estudo, pesquisadores criaram um modelo para descobrir como essas partículas microscópicas de plástico são levadas pelas nossas vias aéreas, e mais importante — onde elas se acumulam em nosso corpo.
(Fonte: GettyImages)
Antes de sabermos onde esses miniplásticos ficam acumulados em nosso corpo, precisamos entender o conceito deles. Os microplásticos são pedacinhos bem pequenos de lixo que se formam quando os produtos plásticos são jogados fora e se desintegram. Eles podem ser perigosos para a nossa saúde quando os respiramos, além de causar muitas preocupações sobre quais efeitos à longo prazo podem ter em nossos corpos, principalmente quando se acumulam dentro da gente.
"Em 2022, estudos inovadores descobriram microplásticos até no fundo das nossas vias respiratórias, o que deixou todo mundo preocupado com os riscos sérios para a saúde pulmonar", conta Mohammad Islam, um dos autores do estudo. Entender como eles se espalham no sistema respiratório é muito importante, mas a verdade é que ainda falta informação sobre o assunto, além dele nunca ter sido estudado antes.
(Fonte: GettyImages)
Islam e seus colegas pesquisadores resolveram mudar essa situação, criando um modelo computacional para entender como os microplásticos de diferentes formatos e tamanhos se movem pelas vias aéreas, considerando várias condições de respiração. Eles descobriram que essas partículas de plástico têm uma tendência de se acumular na cavidade nasal e na parte de trás da garganta.
"A forma maluca e superassimétrica das vias respiratórias, além do jeito complicado do fluxo de ar passar na cavidade nasal e na orofaringe, fazem com que os microplásticos saiam da linha reta e caiam nessas áreas", explicou Islam. "A velocidade do fluxo, a inércia das partículas e a anatomia assimétrica têm um papel importante na quantidade de microplásticos que ficam grudados no nariz e na garganta", conta. Quanto mais rápido o ar passa, menos microplásticos se acumulam, mas se a partícula for maior — como 5,56 mícrons, por exemplo —, aí sim a quantidade que fica grudada aumenta.
(Fonte: GettyImages)
Agora, os pesquisadores querem descobrir como esses pedacinhos circulam dentro dos pulmões humanos e como isso é influenciado por fatores do ambiente, como a temperatura e a umidade. Eles esperam que, com o aumento da produção de microplásticos, os resultados dessa pesquisa ajudem a tomar decisões políticas sobre a poluição por essas partículas.
"Já encontraram milhões de toneladas dessas partículas de microplástico na água, no ar e no solo", explicou Islam. "A produção mundial de microplásticos está explodindo, e a quantidade deles no ar têm aumentando absurdamente", finaliza.