Ciência
15/08/2023 às 13:00•2 min de leitura
Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Lodz, na Polônia, determinou o número mínimo de passos por dia que uma pessoa precisa dar para reduzir drasticamente o risco de morte por qualquer causa e doenças cardiovasculares: 4 mil. A quantia é ainda menor do que antes era acreditado pela ciência para colher os benefícios de saúde da caminhada.
Anteriormente, acreditava-se que eram preciso ao menos 10 mil passos para que uma pessoa pudesse notar qualquer tipo de vantagem em termos de saúde. Contudo, a análise feita com 17 outros estudos globais — totalizando uma amostra de 226 mil pessoas — trouxe mais informações sobre o tema. Entenda!
(Fonte: GettyImages)
Considerando todos os dados analisados pelos pesquisadores poloneses, um número exato de passos necessários para que os humanos comecem a ver benefícios para a saúde ainda não está claro. Porém, como os cientistas avaliaram estudos que mediam até 20 mil passos por dia, foi possível ter uma noção dos efeitos da caminhada sobre o corpo humano.
Os pesquisadores descobriram que caminhar pelo menos 3.967 passos diariamente começa a reduzir o risco de morrer por qualquer causa. Enquanto isso, somente 2.337 passos por dia já fazia efeito na redução do risco de morte por doenças cardiovasculares. De acordo com a análise, os riscos diminuem significantemente para cada 500 a 1 mil passos extras acima do mínimo.
Cada 500 passos foram associados a uma redução de 7% na morte por doença cardiovascular e 1 mil passos extras reduziram o risco de morte por qualquer causa em 15%. Nenhum limite máximo foi encontrado para essa medida, o que significa que os benefícios da caminhada para a saúde aumentaram com o número de passos dados.
(Fonte: GettyImages)
Em declaração oficial, o principal autor do estudo, Maciej Banach, confirmou que a análise de dados mostra que quanto mais uma pessoa andar, mais benefícios ela terá para o resto de sua vida. "Descobrimos que isso se aplica a homens e mulheres, independentemente da idade e independentemente de você viver em uma região temperada, subtropical ou subpolar do mundo, ou em uma região com uma mistura de climas", destacou.
Segundo Banach, 4 mil passos diários são necessários para reduzir significantemente as mortes por qualquer causa, mas o que não quer dizer que precisa ser visto como um limitador para as pessoas. Estilos de vida sedentários têm sido associados a um risco aumentado de morte por doenças cardiovasculares e câncer há muito tempo.
Logo, o estudo atual demonstra que mesmo uma mudança mínima de inatividade para baixa atividade física pode produzir benefícios sem precedentes. "Acredito que devemos sempre enfatizar que as mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e exercícios, foram os principais heróis de nossa análise", ressaltou.
É importante ressaltar, no entanto, que ainda não é possível provar que a contagem de passos realmente cause uma redução no risco de morte — apenas que existe uma forte associação entre os dois fatores. Para finalizar, os estudiosos pretendem expandir a pesquisa para maiores grupos de pessoas em busca de mais respostas.