Alerta global: nova cepa de Mpox acende sinal vermelho da OMS

15/08/2024 às 17:002 min de leituraAtualizado em 15/08/2024 às 17:00

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente a Mpox, antes chamada de varíola dos macacos, uma emergência sanitária global devido à rápida propagação de uma nova cepa do vírus na África.  

A situação começou na República Democrática do Congo (RDC), mas rapidamente se espalhou para países vizinhos como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, que até então não tinham casos registrados. O que era um surto localizado agora ultrapassou fronteiras.

Mutação do vírus

A mutação do vírus gerou uma cepa com maior potencial de transmissão. (Fonte: GettyImage/ Reprodução)
A mutação do vírus gerou uma cepa com maior potencial de transmissão. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

O vírus Mpox (monkeypox), embora não seja novidade — já que foi identificado pela primeira vez em humanos na década de 1970 na RDC — tem apresentado um comportamento preocupante. A nova cepa, conhecida como clado 1b, parece ser mais transmissível e letal do que as variantes anteriores

Além disso, a doença tem se espalhado principalmente por meio de interações sexuais, o que tem contribuído para sua rápida disseminação. Essa situação trouxe à tona o medo de que a Mpox possa repetir a trajetória da pandemia de 2022, quando um surto global surpreendeu o mundo ao atingir mais de 60 países.

Se você já ficou preocupado, saiba que os sintomas da Mpox são semelhantes aos de outras infecções virais, como febre, dores musculares, e fadiga. No entanto, o sinal mais característico da doença é a erupção cutânea que progride para bolhas cheias de pus, as quais, após se romperem, deixam cicatrizes

Embora a maioria dos infectados se recupere em duas a quatro semanas, o vírus pode ser fatal, especialmente para crianças pequenas, gestantes e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, como portadores do vírus HIV.

Ação internacional 

Ações na República Democrática do Congo buscam diminuir o avanço da doença. (Fonte: World Health Organization/ Divulgação)
Ações na República Democrática do Congo buscam diminuir o avanço da doença. (Fonte: World Health Organization/ Divulgação)

A OMS e os Centros Africanos para Controle de Doenças destacam a necessidade de uma resposta internacional coordenada para conter o surto. O Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou sobre o aumento dos casos e a expansão da doença para fora da RDC. Especialistas temem que o número real de casos seja subestimado, devido à dificuldade de testes e rastreamento em áreas remotas da África.

Um grande desafio na luta contra a Mpox é a disponibilidade e acessibilidade das vacinas. Apesar de existirem vacinas eficazes, a distribuição desigual entre países dificulta o controle. A OMS busca acelerar a aprovação e distribuição, especialmente em países de baixa renda, mas o processo é complexo, e o financiamento inicial necessário é de US$ 15 milhões.

É importante lembrar que o histórico negligenciado da Mpox na África é um dos fatores que contribuíram para a atual crise. A doença, que há décadas afeta a população africana, foi ignorada em grande parte pelo resto do mundo até que começou a se espalhar globalmente em 2022. 

A resposta inicial à pandemia daquele ano foi marcada por campanhas de vacinação e conscientização, mas a atenção global logo se desviou, deixando países como a RDC desprotegidos enquanto os casos continuavam a aumentar. Agora, com o surgimento de uma nova cepa mais perigosa, o mundo precisa agir rapidamente para evitar que a história se repita.

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