Ciência
21/03/2024 às 17:00•2 min de leituraAtualizado em 03/04/2024 às 10:42
Nos dias atuais, a comida ultraprocessada tornou-se uma presença onipresente em nossas vidas. Desde cereais matinais até refeições prontas, estamos cercados por esses produtos convenientes, mas potencialmente perigosos. Uma revisão abrangente, considerada a maior de sua categoria até o momento, revelou que esses alimentos estão associados a não menos que 32 efeitos adversos à saúde.
Realizada por diversos especialistas, boa parte de instituições de ponta como a Johns Hopkins e a Universidade de Sorbonne, esta revisão vasculhou a verdadeira extensão dos danos causados pelos alimentos ultraprocessados (AUP).
Quando se trata de alimentos ultraprocessados, os números falam por si só. Mais de metade da dieta média nos EUA e no Reino Unido agora consiste nesses produtos, e para alguns, essa porcentagem pode chegar a incríveis 80%.
E a tendência não é exclusiva desses países; ao redor do mundo, há uma mudança crescente em direção a dietas cada vez mais ultraprocessadas. Isso é especialmente alarmante quando consideramos que esses produtos são frequentemente pobres em nutrientes essenciais e ricos em aditivos e substâncias quimicamente modificadas.
Os riscos associados aos AUP são amplos e variados. Doenças cardíacas, câncer, diabetes tipo 2, obesidade e até deficiências cognitivas são apenas algumas das consequências negativas que podem surgir de um consumo excessivo desses produtos.
O estudo também destacou que o consumo exacerbado de AUP está diretamente ligada a um risco significativamente maior de morte relacionada a doenças cardiovasculares e da ocorrência de transtornos mentais como ansiedade e depressão.
Embora alguns possam argumentar que os resultados da revisão não estabelecem uma relação direta de causa e efeito, a correlação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e uma série de problemas de saúde é inegável.
Uma das principais preocupações dos especialistas é a rápida ascensão do consumo global de alimentos ultraprocessados, impulsionada por fatores comportamentais, influências comerciais e a disponibilidade crescente desses produtos. Além disso, são produzidos para ter o máximo de sabor, tornando o consumidor quase um "viciado" nas substâncias químicas presentes nesses alimentos.
A má qualidade nutricional desses produtos, aliada aos seus métodos de processamento industrial e a forma como são forte e livremente comercializados, contribui para um quadro sombrio de impactos negativos à saúde.
No entanto, é possível reverter essa tendência. A revisão aponta para a necessidade urgente de implementar políticas públicas destinadas a reduzir a exposição da população a esses alimentos nocivos.
Para muitos, a dependência de AUP é uma realidade difícil de evitar. No entanto, é fundamental que avancemos na direção de uma alimentação mais saudável e equilibrada, especialmente para os grupos mais vulneráveis da sociedade. Isso exige não apenas uma mudança nos hábitos individuais, mas também ações coordenadas por parte das autoridades de saúde e reguladoras.