Estilo de vida
27/06/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 27/06/2024 às 12:00
As mudanças climáticas são uma das maiores ameaças à saúde pública que a humanidade enfrenta atualmente. O aquecimento global, um dos principais componentes dessa ameaça, está associado a uma série de problemas de saúde, especialmente em populações vulneráveis como mulheres grávidas e crianças.
Recentemente, o professor Matthew Chersich e a pesquisadora Darshnika Pemi Lakhoo, da Universidade de Witwatersrand, conduziram uma revisão sistemática que revelou os efeitos adversos da exposição ao calor extremo durante a gravidez, os quais podem persistir ao longo da vida do bebê. Os resultados desse estudo foram publicados na BMC Pregnancy and Childbirth, e destacam os impactos significativos e as implicações críticas para a saúde pública.
A exposição ao calor durante a gravidez aumenta significativamente o risco de complicações como hipertensão gestacional e baixo peso ao nascer. Esses impactos iniciais são preocupantes e podem persistir ao longo da vida, afetando o desempenho educacional e os rendimentos na idade adulta, especialmente em áreas com temperaturas elevadas durante a gestação.
Além dos problemas imediatos, o calor extremo durante a gravidez está associado a um aumento substancial no risco de doenças físicas como pneumonia infantil, doenças cardíacas, hipertensão, asma e obesidade em diferentes regiões globais.
A exposição ao calor durante a gravidez também está ligada a problemas de saúde mental, incluindo distúrbios alimentares e esquizofrenia. A relação entre a exposição ao calor intra-útero e o aumento do risco de doenças mentais pode influenciar negativamente a expectativa de vida, especialmente entre fetos do sexo feminino.
Os efeitos do calor na saúde fetal envolvem múltiplas vias, incluindo o impacto na saúde materna com condições como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, que podem afetar diretamente o desenvolvimento do bebê, incluindo o sistema nervoso e potencialmente causando defeitos congênitos.
Outra hipótese é a alteração direta no DNA fetal, por meio de mudanças na assinatura epigenética que regulam genes, além do encurtamento dos telômeros, associado à expectativa de vida. A exposição ao calor também aumenta significativamente o risco de parto prematuro, o qual está ligado a diversas complicações imediatas e problemas de saúde ao longo da vida.
Esses achados sobre os efeitos do calor extremo durante a gravidez são alarmantes e reforçam a necessidade urgente de estratégias para reduzir a exposição ao calor entre gestantes, visando proteger a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Nesse sentido, é preciso criar políticas e intervenções para minimizar a exposição ao calor e mitigar seus impactos. Para isso, comunidades e governos precisam agir agora para evitar consequências de longo prazo para a saúde das futuras gerações.