Como mulheres podem diminuir o risco de insuficiência cardíaca?

07/03/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 07/03/2024 às 10:00

Um novo artigo publicado na JAMA Cardiology avaliou de perto quase 6 mil mulheres nos Estados Unidos com idades entre 63 e 99 anos, revelando que 3,6 mil passos por dia a um ritmo normal estão associados a um risco 26% menor de desenvolver insuficiência cardíaca.

O estudo observacional da Women's Health Initiative analisou especificamente a atividade física medida pelo acelerômetro, o tempo sedentário e o risco de insuficiência cardíaca. Ao todo, houve 407 casos de insuficiência cardíaca — confirmados por médicos — identificados durante um acompanhamento médio de 7,5 anos.

Importância da atividade física

(Fonte: GettyImages) (Fonte: GettyImages)

O risco de desenvolver insuficiência cardíaca foi, em média, 12% e 16% menor para cada 70 minutos diários gastos em atividades de intensidade leve e para cada 30 minutos diários gastos em intensidade moderada a vigorosa, respectivamente. Ao mesmo tempo, cada hora e meia de tempo sedentário foi associada, em média, a um risco 17% maior de sofrer insuficiência cardíaca. 

“Em mulheres idosas ambulatoriais, maiores quantidades de atividades diárias habituais de intensidade leve e moderada foram associadas a um menor risco de desenvolver insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, independente de fatores demográficos e clínicos associados ao risco de insuficiência cardíaca”, ressaltou o principal autor do estudo e professor na Universidade de Buffalo, Michael J. LaMonte.

Segundo ele, acumular 3 mil passos por dia pode ser uma meta razoável que seria consistente com a quantidade de atividade diária realizada pelas mulheres na pesquisa. As participantes do estudo também usaram um acelerômetro no quadril por sete dias consecutivos, exceto quando estavam em contato com a água. A atividade física leve incluía atividades diárias habituais, como autocuidado e tarefas domésticas, enquanto atividades moderadas a vigorosas envolviam caminhar em ritmo normal, subir escadas e cuidar do quintal.

Pesquisa histórica

(Fonte: GettyImages) (Fonte: GettyImages)

O estudo em questão é considerado único por analisar dois subtipos de insuficiência cardíaca, sendo o mais comum a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp). Um padrão semelhante de menor risco com mais atividades diárias de intensidade leve e moderada, e maior risco com tempo sedentário prolongado, foi observado para essa doença.

"O potencial das atividades de vida diária de intensidade leve contribuírem para a prevenção da ICFEp em mulheres idosas é um resultado estimulante e promissor para estudos futuros avaliarem em outros grupos, incluindo homens idosos", disse LaMonte. A avaliação da equipe sobre o número de passos por dia como uma abordagem para quantificar e traduzir os resultados favoráveis para a atividade física também foi algo inovador.

De acordo com os autores, incentivar idosos a serem mais ativos como parte do envelhecimento saudável é um bom conselho e também apoiado por evidências científicas. As conclusões do estudo surgem num momento em que o governo dos EUA está examinando suas diretrizes de atividades físicas para adultos mais velhos, particularmente um número alvo de passos por dia. 

O número associado ao menor risco de insuficiência cardíaca citados no estudo são muito inferiores aos 10 mil passos frequentemente recomendados para a saúde e o bem-estar, o que significa que mais pessoas podem ser beneficiadas sem ter que realizar um esforço extremamente fora dos seus padrões de vida.

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