Artes/cultura
06/06/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 06/06/2024 às 14:00
Depois da pandemia de covid-19, muitas pessoas passaram a se perguntar qual a chance de um vírus letal e altamente contagioso surgir, e até mesmo como seria o cenário de doenças globais daqui a algumas décadas.
Afinal, apesar de termos muitas variáveis envolvidas nesse cenário futuro, isso não impede que algumas conjecturas sejam feitas desde já. E para ajudar nesse sentido, o estudo Carga Global de Doenças (Global Burden of Disease Study), publicado neste ano, se mostra importante por oferecer dados estatísticos e diferentes perspectivas.
Na sua versão mais recente, o documento destaca o papel do avanço da medicina, visto que tem ofertado formas de tratamento que ajudaram a elevar a expectativa de vida da população de forma significativa nas últimas décadas. Mas, ao mesmo tempo, o trabalho, que conta com seis artigos, deixa evidente o que merece ser encarado com maior cautela.
Como bem sabemos, a pandemia foi a responsável por um grande número de óbitos. Mas muitos não sabem que ela foi associada à redução na expectativa de vida das pessoas em 1,6 anos entre 2019 e 2021. O GDB ainda fornece outras percepções importantes sobre a saúde global nas próximas décadas.
Um deles é que as mudanças climáticas, ou melhor, o aumento das temperaturas, tendem a gerar efeitos sobre a saúde das pessoas. Mas ainda assim, a perspectiva geral é otimista: tomando como base o estudo em 204 países e os seus principais indicadores de saúde e fatores de risco, o trabalho indica que a expectativa de vida global deverá aumentar em 4,9 anos para homens e 4,2 anos para mulheres até 2050.
A expectativa é que essa mudança será melhor percebida em países onde há uma menor expectativa de vida. Como exemplo disso, a África subsaariana deverá ser palco de mudanças que resultem em melhores indicadores de saúde nas próximas décadas e, na prática, isso representará uma redução das desigualdades existentes.
Mas há fatores que atuam conjuntamente, sendo alguns deles conhecidos por parte considerável da população, como a insegurança alimentar e o avanço de conflitos globais, que podem comprometer ou postergar essa possibilidade de evolução.
O estudo também destaca que o avanço na expectativa de vida se dará em um ritmo mais lento, quando em comparação com as três décadas anteriores a 2020. E como o envelhecimento da população tende a fazer parte da realidade de um número ainda maior de países, é preciso considerar que há muita coisa em jogo.
Ainda há outros problemas em nosso meio que não conhecemos em sua totalidade, como os possíveis danos causados por microplásticos, que já foram encontrados em vários órgãos humanos, como o coração, e que reforçam a correlação entre problemas ambientais e as doenças, mencionada anteriormente.
Por outro lado, as doenças que não são transmitidas diretamente de uma pessoa a outra, como diabetes, hipertensão e câncer preocupam na mesma medida. Por isso, eliminar os fatores de risco associados a esses problemas tão preocupantes é o melhor caminho para que o futuro apresente um cenário melhor que o atual.