Estilo de vida
11/06/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 11/06/2024 às 18:00
A morte do empresário Henrique Silva Chagas durante procedimento estético em uma clínica de São Paulo (SP), no início de junho, colocou o peeling de fenol em destaque no noticiário. O método é bastante utilizado para o rejuvenescimento facial, como mostram os vídeos de antes e depois nas redes sociais.
Promovendo a renovação das células da pele por meio da descamação, o peeling pode ser físico, quando feito com aparelhos, ou químico, com substâncias que facilitam o processo. A técnica utilizada para tratar o jovem que morreu incluiu o uso do fenol, capaz de provocar uma profunda escamação no rosto, de forma controlada.
Antes de se tornar popular nas clínicas de estética, ajudando a eliminar rugas, flacidez, cicatrizes e manchas, o composto químico já era utilizado no século XIX pelo médico alemão Paul G. Unna, responsável por tornar a dermatologia uma especialidade médica.
Também conhecida como ácido fênico, a substância química provoca a quebra das proteínas quando aplicada à pele, promovendo a produção de colágeno, a coagulação e a multiplicação das células. No peeling profundo, ela leva ao surgimento de uma nova pele após o processo de recuperação.
Essas capacidades começaram a ser aproveitadas na dermatologia por Unna e tiveram grande utilidade depois da Primeira Guerra Mundial. A técnica foi usada no tratamento das cicatrizes no rosto surgidas durante o conflito ocorrido entre 1914 e 1918, contribuindo para a recuperação dos soldados.
Já na década de 1960, os médicos Thomas Baker e Howard Gordon apresentaram a fórmula de Baker-Gordon, que marcou o início do peeling de fenol em direção ao método atual. Ela consiste em uma mistura de ácido fênico diluído em água, óleo de cróton e outras duas substâncias, formando uma solução de fácil absorção.
A fórmula vendida para médicos não demorou a se tornar uma sensação entre as estrelas de Hollywood, com a promessa de rejuvenescer até 20 anos. A técnica chegou a perder espaço para opções menos agressivas à pele, mas nos últimos anos vem recuperando a popularidade.
Mesmo com os resultados impressionantes do peeling de fenol viralizando, o procedimento é considerado de alto risco pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Nocivo ao coração, rins e fígado, o composto químico pode causar arritmia, infarto, falência de rins e intoxicação hepática, entre outros problemas, se usado incorretamente.
Por conta disso, pessoas com doenças cardíacas, nos rins ou fígado não devem realizar este procedimento estético. A técnica também é contraindicada para quem tem a pele morena.
De modo geral, o peeling de fenol é indicado para pessoas de pele mais clara e com rugas, desde que estejam com o coração, rins e fígado saudáveis. Quem tem interesse em realizar o procedimento deve optar por fazê-lo somente com profissionais especializados, como dermatologistas ou cirurgiões plásticos, segundo a SBD, nunca aplicando por conta própria.
A entidade recomenda fazer todos os exames pré-operatórios para averiguar as condições de saúde e optar pela aplicação da substância em ambiente hospitalar com monitoramento cardíaco e a presença de anestesista. Além disso, é preciso seguir todas as recomendações médicas após o processo para uma recuperação com menos complicações.