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09/05/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 09/05/2024 às 23:42
Entre 1974 e 2024, as vacinas salvaram 154 milhões de vidas em todo o mundo, a maioria delas de crianças com menos de 5 anos, por meio do Programa Alargado de Imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS). O dado está em um estudo feito pelo Telethon Kids Institute, da Austrália.
Segundo a pesquisa publicada na revista The Lancet, no dia 2 de maio, a imunização contra o sarampo representa “60% do benefício total da vacinação durante o período de 50 anos, o que também foi o maior impulsionador de vidas salvas”. A ação contempla a imunização contra 14 doenças, incluindo febre amarela, rubéola, meningite A e tuberculose.
Lançado há 50 anos, o programa tinha o objetivo de fornecer proteção para todas as crianças. Apesar de ainda enfrentar obstáculos na distribuição dos imunizantes, o projeto vem alcançando resultados importantes.
Como destaca o estudo, a iniciativa da OMS ajudou a reduzir em 40% a mortalidade infantil de forma global, considerando as enfermidades com vacinas disponibilizadas. O índice é ainda mais alto na África, chegando a 52%, graças também aos cuidados com a saúde, acesso à água potável e melhorias no saneamento.
O estudo sai em um momento marcado pela baixa procura aos imunizantes em alguns países, como nos Estados Unidos. Por lá, a redução está perto de fazer com que os indivíduos não vacinados percam a proteção oferecida pela comunidade imunizada, segundo o ScienceAlert.
Esse quadro pode levar a mortes que seriam evitáveis, como destaca a publicação, deixando o país em alerta quanto à necessidade de retomar os índices anteriores. Quadro semelhante tem sido notado globalmente, resultando em surtos de sarampos em vários locais, incluindo os EUA.
Para alguns especialistas, a tendência de declínio na taxa de vacinação pode estar relacionada, em parte, com o sucesso dos imunizantes. Com a diminuição de casos de determinadas doenças, muitas pessoas deixaram de se vacinar, o que pode ser um problema a longo prazo.
Apesar dos obstáculos, o relatório ressalta a importância da vacina, mostrando que a expectativa de vida das crianças é maior quando elas são imunizadas. Os esforços de vacinação dos últimos 50 anos contribuíram para que uma criança de menos de 10 anos, em 2024, tenha “40% mais chance de sobreviver”, segundo os autores.
Doenças como a poliomielite no Afeganistão e no Paquistão, onde ela é endêmica, e o câncer de colo de útero em mulheres jovens na Escócia, estão perto de serem erradicadas graças às vacinas, conforme a OMS. Um dos casos de maior sucesso é o da varíola, que teve a última infecção natural registrada em 1977.