Ciência
14/03/2022 às 06:30•2 min de leitura
Finalizado em meados de 1490 pelo renascentista Leonardo Da Vinci, o Homem Vitruviano chamou a atenção como um dos esboços científicos mais aclamados da época, exibindo conceitos que unem anatomia humana, tecnologia e design arquitetônico. O projeto, destinado a explorar a ideia de proporção, foi uma prova concreta de uma das maiores filosofias de seu criador, que acreditava haver uma conexão entre todas as formas de arte no mundo.
Desenhado com caneta e tinta sobre papel, o Homem Vitruviano, também conhecido como As proporções do corpo humano segundo Vitruvius, retrata um homem nu dentro de um círculo e um quadrado com 4 pernas e quatro braços, permitindo-se fazer 16 poses simultaneamente.
O projeto foi uma tentativa de ilustrar os princípios de Vitruvius, arquiteto romano que descreveu as proporções do corpo humano em De architectura, um guia de construção escrito entre 30 a.C. e 15 a.C.
Para esses pensadores, as formas circulares estavam relacionadas aos entes “cósmico e divino”, enquanto o quadrado representava o que era “terrestre e secular”.
Além disso, a sobreposição apresentada propõe movimento e vivacidade, significando o equilíbrio crítico do corpo humano e do mundo em geral, onde a pessoa centralizada seria uma analogia para o mundo, de acordo com crenças antigas, e poderia servir de padrão para os estudos sobre o universo.
(Fonte: Wikipedia / Reprodução)
"Se você abrir as pernas tanto a ponto de diminuir sua altura 1/14 e abrir e levantar os braços até que seus dedos médios toquem o nível do topo de sua cabeça, você deve saber que o centro dos membros estendidos estará no umbigo, e o espaço entre as pernas será um triângulo equilátero. O comprimento dos braços abertos de um homem é igual à sua altura", foi descrito na imagem.
Obra atemporal e extremamente importante para a fundação de estudos anatômicos, o Homem Vitruviano faz parte da Gallerie dell'Accademia em Veneza (Itália) e raramente é exibido ao público devido a seu estado de fragilidade em relação à exposição solar.
Com simbolismo ampliado nos últimos séculos, o Homem Vitruviano tem sido utilizado no renascimento da arte moderna, trazendo consigo relações entre proporções e geometrias humanas — internas ou externas — utilizadas em diversas práticas sobre tratamento e equilíbrio.
Além de servir como ponte entre eras, o projeto atua com ferramenta de marketing para empresas de saúde humana, com várias delas exibindo conceitos de Vitruvius em suas marcas ou seus banners de propaganda.
(Fonte: Discovery Museum / Reprodução)
Além disso, o desenho oficializou as medidas como definição para o próprio estilo de vida do homem. Assim, países como a Itália foram influenciados por Da Vinci e adotaram o símbolo do Vitruviano na moeda do euro.
Especialmente na área de Medicina, a arte segue como uma importante referência em estudos, especialmente os voltados para a educação no departamento de Anatomia e História.
O significado da obra do Renascimento marca a vida de muitos profissionais e entusiastas; assim, segue provocando um grande interesse público, tanto por impressionar ao revelar algo muito à frente de seu tempo quanto por ser faceta para diversas composições da arte moderna.