DNA revela que famosa sepultura militar viking pertencia a uma mulher

11/09/2017 às 07:152 min de leitura

Todo mundo conhece a fama dos antigos vikings como guerreiros brutais e sanguinários, certo? Aliás, se você curte as histórias sobre as batalhas e conquistas desse temível povo, deve ter ouvido lendas de que não eram apenas os homens que partiam para as guerras. Pois análises de DNA realizadas em uma ossada descoberta na Suécia parecem confirmar que as fábulas relacionadas com a existência de guerreiras vikings não era coisa da ficção não.

Tesouros

Mais precisamente, pesquisadores das Universidades de Estocolmo e Uppsala, na Suécia, examinaram o DNA de um indivíduo descoberto em uma sepultura escavada no final do século 19 próximo à antiga fortaleza de Birka, um importante centro comercial escandinavo que floresceu entre os séculos 8 e 11.

O túmulo em questão era de meados do século 10 e se tornou famoso por guardar uma porção de tesouros arqueológicos. Juntamente com o esqueleto, foram encontrados artefatos como espada, machado, lança, flechas, faca de batalha, dois escudos, dois cavalos — um macho e uma fêmea — e um tabuleiro completo com peças indicando que o ocupante da tumba tinha conhecimento de estratégias e táticas de guerra.

ossada de guerreira viking(Evald Hansen/American Journal of Physical Anthropology)

Além disso, na área onde a sepultura foi descoberta foram encontradas mais de três mil covas. No entanto, essa, especificamente, se encontrava em um local proeminente com relação às demais — indicando que seu ocupante foi enterrado com todas as honras militares e era um guerreiro importante e de alta patente, possivelmente um comandante. Só que os exames conduzidos agora pelos cientistas revelaram que o guerreiro, na verdade, era guerreira.

O time de cientistas — composto por geneticistas, arqueólogos e outros especialistas — analisou o material genético obtido a partir da ossada e descobriu que, em vez de conter os cromossomos XY (que indicam o sexo masculino), o DNA contém os cromossomos XX, indicando que, ao contrário do que se pensava, o ocupante da sepultura era uma mulher. Essa é a primeira “prova” científica convincente de que as vikings guerreavam com os homens.

Líder militar

Na realidade, exames anteriores realizados na ossada já haviam indicado que ela aparentemente pertencia a uma mulher. Contudo, por se tratar de uma sepultura que claramente guardava os restos mortais de um respeitado militar, todos assumiram que se tratava de um homem — até as análises de DNA finalmente provarem que o ocupante do túmulo era uma guerreira.

tumba guerreira viking

Segundo o time, além de todos os artefatos militares encontrados com o esqueleto, o tabuleiro indica que a mulher era um oficial que provavelmente desenvolvia táticas e estratégias de batalha e que era capaz de liderar tropas durante as guerras. Ainda de acordo com os cientistas, existem alguns registros históricos que mencionam mulheres guerreiras, mas esta é a primeira prova de que essas vikings não existiram apenas nas fábulas escandinavas, mas também na vida real.

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