Ciência
06/11/2017 às 12:47•1 min de leitura
Quem assiste a competições individuais adora quando um atleta quebra algum recorde, principalmente se for uma marca mundial. Porém, no atletismo, isso está cada vez mais escasso. Nos Jogos Olímpicos do Rio, no ano passado, apenas duas marcas foram superadas: a dos 400 metros masculino (Wayde van Niekerk, da África do Sul) e a dos 10 mil metros feminino (Almaz Ayana, da Etiópia).
Já no campeonato mundial de atletismo que aconteceu em Londres neste ano, apenas o recorde feminino de marcha atlética de 50 km foi batido: a portuguesa Inês Henriques superou a própria marca, que já era dela, em pouco mais de 2 minutos e meio. Ela completou o percurso em 4 horas, 5 minutos e 56 segundos.
Segundo cientistas, depois de intensas melhorias na nutrição e no condicionamento físico dos atletas ao longo do século passado, com recordes caindo com bastante frequência, estamos chegando a uma era na qual o corpo humano está em seu limite para testes de resistência. No futuro, apenas a tecnologia artificial ou o doping poderão justificar marcas melhores no atletismo.
Inês Henriques: recorde na marcha atlética de 50 km foi o único batido no último mundial de atletismo
Um estudo de 2008 mostrou que os atletas já alcançaram 99% do potencial possível do seu humano em competições desse tipo – apesar de que, no ano seguinte, Usain Bolt quebrou o recorde mundial dos 100 metros rasos, marca que ele detém até hoje, tendo percorrido a distância em 9,58 segundos.
Um artigo escrito pelo biólogo Vincent Pialoux aponta que o corredor perfeito deveria atender a três requisitos básicos: resistência, capacidade de criar energia usando oxigênio e eficiência motora. Apesar disso, nenhum atleta, até hoje, conseguiu satisfazer simultaneamente as três características, abrindo espaço para um superatleta no futuro. Mas será que isso é possível? Ou já atingimos o limite humano? Só o tempo para responder.
Superatletas do futuro deverão se beneficiar da tecnologia e da manipulação genética