Artes/cultura
07/11/2017 às 11:58•2 min de leitura
Você alguma vez já ouviu falar de alguém que tenha falecido por causa de uma overdose de maconha? Milhares de pessoas morrem todos os anos em decorrência de complicações provocadas pelo abuso de drogas, mas, de maconha especificamente... você sabe de alguma pessoa que tenha batido as botas por usar essa substância em excesso?
Provavelmente não e, de acordo com Melia Robinson, do site Tech Insider, isso se deve ao fato de que seria necessário consumir uma quantidade extraordinariamente grande de maconha em um curtíssimo intervalo de tempo para levar uma pessoa à morte.
Mas muita mesmo! (Brian D. Colwell)
Aliás, segundo levantamentos realizados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e do DEA (de Drug Enforcement Administration, órgão responsável pelo controle e combate das drogas) — que coletam informações sobre o consumo de drogas lícitas e ilícitas no país —, sabe quantas mortes por overdose de maconha já foram registradas por lá? Zero.
Em contrapartida, só em 2014, mais de 28 mil norte-americanos faleceram por conta do consumo de substância derivadas do ópio — como é o caso de vários medicamentos e da heroína —, e perto de 88 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência do consumo de álcool. Até a aspirina, quando ingerida em excesso, pode levar à morte! Mas, voltando ao assunto da maconha, sabe qual seria a dose necessária para matar alguém?
Segundo Melia, a resposta é: nada menos que absurdos 680 quilos em apenas 15 minutos, o que, convenhamos, é humanamente impossível até mesmo para quem é pra lá de chegado na substância. Quem chegou a essa conclusão foi um cara chamado David Schmader, que conversou com uma porção de especialistas e escreveu um guia sobre o uso da maconha — e a seguir você pode conferir uma ilustração que mostra quanto 680 kg de Cannabis representariam ao lado de um adulto:
This is how much marijuana it would take to kill you — from @davidschmader's excellent book, "Weed." pic.twitter.com/ZM5qIjK1re
— Melia Robinson (@meliarobin) 4 de novembro de 2016
De acordo com o que David descobriu, quando uma pessoa consome maconha, componentes químicos presentes na planta viajam até o cérebro e, uma vez lá, se ligam aos receptores canabinoides. Essas moléculas têm influência sobre uma variedade de funções, como a coordenação, a memória e a cognição — e é por causa da ação da maconha sobre esses receptores que o comportamento e a forma de pensar dos usuários ficam alterados.
(Wikimedia Commons/United States Fish and Wildlife Service)
Entretanto, os receptores canabinoides não estão presentes nas regiões do cérebro responsáveis por coordenar a respiração, portanto é impossível que uma pessoa consuma uma dose mortal de maconha. Já no caso do consumo de derivados do ópio, os componentes dessas substâncias se ligam aos receptores opioides que, sim, se encontram em áreas cerebrais que controlam a respiração e, sendo assim, seu uso pode ser letal.
Contudo, é importante ter em mente que o fato de não existir o risco de que alguém sofra overdose de maconha não significa que o consumo não possa ser prejudicial. Segundo o pessoal do National Cancer Institute, existem receptores canabinoides em outros tecidos do corpo além do cérebro, e o uso de Cannabis pode resultar em efeitos colaterais como hipotensão, taquicardia, dilatação dos brônquios, relaxamento muscular etc.
Snoop que o diga... (Giphy)
Ademais, como você deve saber, o THC (tetraidrocanabinol), princípio ativo da droga, é um potente psicoativo que, em excesso, pode afetar funções motoras e mentais e, dessa forma, levar os usuários a se meterem em confusões.