Artes/cultura
05/04/2019 às 10:00•2 min de leitura
Imagine um objeto metálico pequeno, menor do que uma bola de gude, pesando 14 gramas. Você acredita que esse minúsculo pedaço de metal seria capaz de criar uma cratera como a da foto abaixo?
Pois é... Tem tudo a ver com a segunda Lei de Newton. Ela diz que a força gerada por um objeto depende diretamente de sua massa e aceleração; ou seja, um grande objeto com uma pequena aceleração gera uma grande força, mas um pequeno objeto com uma grande aceleração também.
O impacto na placa de alumínio é resultado de um experimento feito em Terra para demonstrar os riscos que correm espaçonaves, e até mesmo astronautas, que estão na órbita terrestre.
O buraco com 13 centímetros de profundidade foi feito por um pequeno pedaço de metal pesando 14 gramas, mas que atingiu a placa a 28 mil quilômetros por hora — isso mesmo —, após ser disparado por uma arma de gás leve.
Objetos na órbita terrestre são constantemente atraídos pela gravidade, e para que não caiam de volta precisam estar a uma determinada velocidade. Considerando a órbita terrestre baixa, ele precisa estar a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora. Dessa forma, tudo que estiver em órbita nessa altura possui essa velocidade, seja uma espaçonave ou um monte de lixo espacial.
Atualmente, existe algo próximo a 6,3 mil toneladas de lixo espacial na órbita terrestre, e todo esse material é um risco iminente para os astronautas que estão por lá. Objetos maiores podem ser detectados, e assim satélites ou a própria ISS podem alterar levemente a órbita para evitar esses detritos, mas os pequenos pedaços são muito mais difíceis de se identificar. Tanto que em 2016 um objeto com alguns milésimos de milímetro, possivelmente um objeto metálico ou um floco de tinta, atingiu uma das janelas da ISS e deixou uma marca de 7 milímetros.
Detalhe da marca deixada pelo impacto e exemplo de janela atingida
Atualmente, esse tipo de situação ainda pode ocorrer, mas já estão sendo estudadas formas de coletar pelo menos parte desse lixo espacial para que os riscos de acidentes sejam menores.