Artes/cultura
03/05/2018 às 13:18•2 min de leitura
Você se lembra do “Grande Eclipse Americano” que rolou no ano passado? Ele aconteceu no dia 21 de agosto, e pôde ser observado em sua totalidade de uma ponta a outra dos EUA, algo que não acontecia há mais de 30 anos por lá. Aqui no Brasil, o eclipse solar não foi total e só pôde ser visto parcialmente em Manaus, Rio Branco e algumas regiões situadas ao norte de Brasília, infelizmente.
No entanto, de acordo com Lisa Grossman, do site ScienceNews, pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, fizeram um estudo em que detectaram que o eclipse — embora não tenha sido visto por todos — teve efeitos que puderam ser medidos em todo o mundo, incluindo o nosso país.
Segundo Lisa, os cientistas acompanharam o eclipse solar lá dos EUA — obviamente, ou você acha que eles perderiam a oportunidade? —, mas espalharam algumas sondas para monitorar o comportamento de partículas não carregadas energeticamente na atmosfera. Pois o levantamento revelou que o evento provocou a formação de uma espécie de onda rápida que foi detectada aqui no Brasil pouco menos de uma hora depois do eclipse.
(ABC News)
Mais especificamente, durante o eclipse, os pesquisadores ativaram uma sonda que se encontrava a 250 quilômetros de altitude — em uma camada da atmosfera chamada termosfera — sobre São João do Cariri, na Paraíba, e detectaram a passagem da tal onda. Conforme explicaram, essa formação foi criada pelo movimento da sombra da Lua projetada sobre a Terra que, por sua vez, causou uma pequena redução na temperatura atmosférica conforme o eclipse foi acontecendo.
Então, segundos os cientistas, essa sobra fria funcionou como uma espécie de “ralo”, puxando o ar mais quente para esse ponto, dando origem, consequentemente, à onda que se deslocou pelo planeta. Ficou difícil de entender? Por sorte, os pesquisadores fizeram uma simulação por computador com base nos dados coletados durante as medições — e você pode ver como tudo aconteceu no vídeo a seguir:
Vale destacar que, apesar de ondas semelhantes já terem sido observadas em eclipses solares anteriores, elas foram detectadas na ionosfera — que é onde se encontram o plasma ionosférico e as partículas carregadas energeticamente. Essa camada atmosférica se sobrepõe à que contêm partículas neutras, ou seja, a termosfera, e esta foi a primeira vez que a formação da onda foi observada em uma região não carregada da atmosfera terrestre. E aí, caro leitor, você imaginava que os eclipses solares podiam causar esse tipo de efeito?
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