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09/05/2018 às 10:30•2 min de leitura
Passamos a vida tentando controlar nossa memória, e por mais que na maior parte do tempo isso funcione, às vezes tudo sai do controle. Você passa dias estudando para uma prova importante, mas na hora surge o temido “branco”, e parece que você nunca viu aquele assunto na vida. Mas aí você ouve uma música antiga e, quando se dá conta, está cantando junto, sem errar nenhuma parte da letra.
Mesmo com inúmeras pesquisas, a memória humana ainda é um assunto complexo, não totalmente compreendido. Formas de aprimorar nossa capacidade de absorção de conhecimento são sempre bem-vindas, e essa nova pesquisa parece ter descoberto um pequeno detalhe que pode fazer toda a diferença entre uma vaga lembrança e um conhecimento adquirido de forma sólida.
Os cientistas da Universidade Herriot-Watt analisaram a influência dos momentos seguintes a um evento na formação da memória dele. Para isso, eles desenvolveram um teste específico para a pesquisa, de modo que fosse possível analisar não somente o quão bem a memória era armazenada, mas também o nível de detalhes envolvidos nessa lembrança. A conclusão foi de que, ao se manter em silêncio e sem interações após o teste, os participantes conseguiram descrever as lembranças com mais detalhes, em comparação aos que não tiveram esse período de descanso.
Segundo o Dr. Michael Craig, responsável pela pesquisa, “estudos recentes sugerem que nosso cérebro fortalece a lembrança de novas memórias reativando-as, fazendo com que reapareçam automaticamente minutos depois, nos locais onde o cérebro foi estimulado pela primeira vez. Isso é mais evidente durante o sono ou um repouso tranquilo, quando não estamos ocupados com nenhum outro estímulo sensorial”.
Apesar da constatação do estudo, os pesquisadores ainda não sabem se o tempo em silêncio nos permite somente reter mais informações, ou se auxilia também a aumentar o número de detalhes incluídos na lembrança. O próximo passo na pesquisa será a utilização de um eletroencefalograma (EEG), para identificar exatamente a razão de o descanso conseguir aprimorar as lembranças. Com esse equipamento, será possível determinar quais áreas do cérebro são ativadas em todas as etapas do processo, confirmando também se o cérebro automaticamente reativa a memória recém-adquirida, fazendo com que ela se fortaleça.