Artes/cultura
02/06/2018 às 10:00•2 min de leitura
Quem tem alergia ao pólen provavelmente já deve ter ouvido falar da “febre do feno”. Ela nada mais é do que um tipo específico de rinite alérgica provocado por gramíneas e algumas árvores, como a bétula e a aveleira. Recentemente, uma expressão parecida — febre do trovão — começou a ser difundida na internet, levantando a seguinte dúvida: será que é possível ter alergia a trovões?
Ao que parece, não exatamente. De acordo com o site Popular Science, a “febre do trovão” não corresponde a uma alergia a esses fenômenos meteorológicos, mas, sim, à ideia de que tempestades acompanhadas de raios e trovões criam condições atmosféricas que aumentam — e muito — o risco para ataques de asma.
Dessa forma, não seria uma alergia a trovões, mas uma reação a algo que está no ar quando ocorrem muitos trovões — o que faz mais sentido.
Mesmo sem utilizar o termo “febre do trovão”, algumas pesquisas tratam dessa questão. Aliás, uma parte delas tem como ponto de partida a observação de situações em que, durante uma tempestade, o número de atendimento a asmáticos aumenta consideravelmente em consultórios e pronto-atendimentos dos Estados Unidos, da Itália e da Austrália.
Conforme esses estudos, no começo das tempestades, ocorre uma corrente de ar que puxa para as nuvens carregadas de água muitas partículas de ar contendo pólen. Quando entram em contato com a umidade das nuvens, os grãos de pólen se rompem, espalhando pelo ar, ainda mais com os ventos que acompanham tempestades, pequenas partículas com alto potencial alérgeno — e não são poucos os alérgicos ao pólen!
Assim que essas partículas são aspiradas por uma pessoa que tem asma, o risco de um ataque aumenta vertiginosamente. É grande também o risco de esse ataque ser bastante forte, considerando a quantidade de partículas no ar.
De acordo com o Popular Science, como boa parte dos estudos encontrados trata de casos específicos, outras pesquisas são necessárias para determinar o aumento do risco para ataques de asma durante tempestades, se essa relação pode afetar não asmáticos também e a melhor forma de lidar com esse risco aumentado.
Por enquanto, a melhor dica é fazer o controle da asma — devidamente acompanhado pelo seu médico — e se manter em ambientes fechados durante tempestades.