Ciência
29/06/2018 às 07:31•2 min de leitura
Durante a Copa do Mundo 2018, vários jornalistas e repórteres fazendo a cobertura dos jogos na Rússia comentaram sobre os efeitos do dia mais longo do ano sobre a rotina dos jogadores. Por aqui, no entanto, a sensação foi exatamente a contrária: os brasileiros que continuaram em seu país vivenciaram em 21 de junho o dia mais curto do ano e a noite mais longa.
Isso porque, aqui no Hemisfério Sul, essa data — com possibilidade de variação de um ou dois dias — é o solstício de inverno, quando o Sol atinge a maior distância em relação à Terra e marca o início da fase mais fria do ano. Já lá na Rússia, no Hemisfério Norte, a mesma data significa o solstício de verão, o início da estação do calor.
Conheça alguns fatos curiosos sobre esses dois eventos!
O soltício mesmo, aquele momento exato em que o Sol atinge uma distância perfeita e passa pelo mesmo ponto no céu, ocorre em um minuto específico. Neste ano, o de inverno foi às 7h07 do dia 21 de junho. O de verão, no Norte, foi às 6h07 da mesma data.
Nesses dias, o Sol parece mais alto e mais central. E é daí que vem o nome do solstício! No latim, sol é o mesmo sol que conhecemos e sistere é "se manter em pé", então solstício é o "Sol que se mantém em pé".
Para muita gente, a chegada do inverno não é exatamente algo para se celebrar. Afinal, frio! Mas para várias culturas ancestrais, esse dia trazia algo de místico e de especial, representando renovação — a morte de um antigo sol e o nascimento de um novo.
É o caso dos povos andinos, na Cordilheira dos Andes. Em Cusco, no Peru, por exemplo, acontece nessa época um dos mais importantes festivais do país, o Inti Raymi (festival do Sol) — que existe desde a época dos povos incas, que ali viviam. Na Bolívia, o dia chega a ser feriado, pois é considerado o Ano-Novo do povo Aymara.
Assim como se celebra a chegada de um novo ciclo para o Sul, no Norte também são reservadas celebrações culturais para a data, tanto no solstício de verão quanto no de inverno. O evento cultural mais conhecido durante este último no Hemisfério Norte é a festa em Stonehenge, em dezembro. O Sol fica perfeitamente alinhado com as pedras, formando um verdadeiro espetáculo que milhares de pessoas se reúnem para ver.
No verão, por sua vez, agora em junho, países escandinávios celebram a chegada do calor. Na Noruega, por exemplo, o costume é acender fogueiras para marcar a data, com danças e apresentações musicais acontecendo em torno delas. Em 2016, inclusive, a Noruega obteve o recorde mundial de fogueira mais alta: foram 47,39 metros.
Na China, os dois solstícios são opostos e representados pelo famoso yin-yang. O Yin era o solstício de verão e o Yang, o de inverno, que ao longo do ano se complementariam, trazendo equilíbrio para o Universo.
Uma das tradições mais curiosas nessa época do ano vem do Alaska e certamente não é lá muito ancestral — começou em 1906. Todos os anos, no solstício de verão, o povo do local celebra o momento com um jogo de baseball. A partida começa às 22h e vai até a manhã seguinte. Luz natural, claro, não é um problema.
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