Ciência
20/07/2018 às 08:30•2 min de leitura
Sim, senhoras e senhores. O ano é 2018, mas uma das perguntas que nos fazemos há décadas ainda não tem uma resposta. Agora, uma das mais fortes hipóteses que tentavam explicar as listras da pele das zebras acaba de ser descartada depois de uma experiência científica.
O estudo foi encabeçado por um dos caras mais determinados a resolver esse mistério, um cientista húngaro chamado Gábor Horváth, da Universidade Eötvös Loránd. Até então, se acreditava que uma das razões que justificavam os traços pretos e brancos eram algum tipo de equilíbrio térmico. Isso porque, em lugares mais quentes, as zebras costumam ter mais faixas do que em regiões mais frias.
Como o branco e o preto absorvem o calor de formas diferentes, acreditava-se que, quanto mais intenso fosse o padrão de cores, mais fácil seria para as zebras reduzirem a temperatura corporal.
O recente experimento, no entanto, mostrou que, no caso das peles desses animais da família dos cavalos, isso não fazia tanta diferença assim. Para testar essa hipótese, os pesquisadores "vestiram" barris de água com pele de zebra, de gado e de cavalo, usando diferentes padrões de cores — listrado, preto, cinza e branco.
Os galões foram mantidos ao ar livre por meses, e a temperatura interna de seu conteúdo foi medida continuamente, enquanto os pesquisadores observavam os níveis de distribuição da temperatura nas superfícies dos barris e os comparavam aos das zebras, usando termografia.
Primeiro, claro, eles compararam as características da reprodução do calor que os barris ofereciam quando envoltos na pele do animal em si, para ter certeza da validade do estudo, e apenas a partir disso procederam com o andamento da análise.
O resultado foi que a diferença de temperatura no conteúdo dos barris não se mostrou significativa o suficiente para justificar a questão das listras. "A temperatura central média dos barris aumentou da seguinte forma: gado branco, gado cinzento, zebra real, zebra artificial, cavalo cinza, gado preto", relata o artigo publicado pelos pesquisadores no periódico Scientific Reports.
Essa não é a primeira pesquisa científica a respeito da pele das zebras — nem mesmo a primeira tentativa de Gábor Horváth. Alguns anos atrás, em 2012, ele também participou de outra pesquisa que descobriu algo que permanece ainda uma das mais sólidas justificativas: a de que a combinação das listras pretas e brancas reflete luz de uma maneira polarizada que ajuda a afastar moscas e insetos, de forma que estes não continuem picando os pobres equinos.
Agora que a hipótese do controle térmico foi por terra, essa teoria da luz refletida permanece como uma das melhores explicações — especialmente porque ajuda a justificar o fato de elas terem mais listras em ambientes mais quentes, que são também aqueles que revelam a presença mais massiva de moscas.
Outra justificativa plausível é a de que as listras auxiliam a criar uma espécie de ilusão de ótica que confunde ou ofusca predadores quando elas correm ou fogem. Embora essas duas hipóteses sejam fortes, o mistério continua — ao menos até que Horváth consiga solucioná-lo.
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