Estilo de vida
01/08/2018 às 13:08•2 min de leitura
Embora já não seja mais tão comum assim topar com um enxame de vagalumes vagando livremente por aí, especialmente no meio de um ambiente urbano, esses charmosinhos insetos brilhantes ainda exercem certa fascinação sobre os humanos. Mas, de onde vem essa luzinha e para que ela serve?
Embora até hoje os cientistas não saibam explicar o motivo pelo qual o brilho do vagalume é intermitente, eles ao menos já entenderam de onde vem a iluminação. Como tudo o que acontece nos organismos biológicos, a luz que provém dos vagalumes também tem uma explicação científica — no caso, química!
No que se refere aos vagalumes, a iluminação é resultado da ativação de cristais de ácido úrico de modo a formar uma espécie de camada reflexiva que faz com que o corpo do inseto seja iluminado. Essa camada combina oxigênio, adenosina trifosfato (ATP), uma enzima chamada luciferase e um pigmento conhecido como luciferina.
Segundo Marc Branham, professor assistente do departamento de Entomologia e Nematologia da Universidade da Flórida, a luz produzida pelos vagalumes é fria, não resulta em calor, o que justifica o fato de não nos queimarmos quando tocamos em um e garante a sobrevivência do próprio inseto.
Tudo isso, segundo pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard e da Universidade Tufts, acontece nos vagalumes a partir de impulsos nervosos, utilizados para expelir predadores, já que alguns desses compostos químicos possuem odores prejudiciais a certos animais e ao próprio ser humano.
Outra motivação considerada por quem pesquisa esses bichinhos é o acasalamento — os adultos brilham para chamar a atenção de outros vagalumes e iniciar a reprodução —, embora essa não deva ser a principal justificativa, uma vez que o brilho está presente na espécie desde quando eles ainda estão na fase de larva.
Aliás, é natural que as motivações sejam diversas, já que os vagalumes — uma espécie de besouro voador — existem em mais de 2 mil variedades. Entre elas, mudam não somente o aspecto e o tamanho dos insetos, mas também a velocidade com que eles piscam, o que facilita às diferentes espécies se comunicarem, se identificarem e encontrarem parceiros compatíveis para a reprodução.
Outro detalhe interessante é que tanto o macho quanto a fêmea são munidos de luzes, então fica fácil utilizar os mecanismos de brilho e intermitência para sinalizar um futuro acasalamento.
Isso, inclusive, não é tão incomum quanto se imagina. Segundo Steven Haddock, cientista do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey, nos Estados Unidos, a bioluminescência como recurso para encontrar (ou afastar) parceiros, buscar camuflagem e atrair presas é utilizada por espécies tanto terrestres quanto marinhas. Cerca de 90% dos animais que vivem nas profundezas do oceano, por exemplo, são brilhantes!
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