Artes/cultura
19/10/2018 às 09:00•3 min de leitura
A colonização de outros planetas sempre foi um assunto recorrente, principalmente entre especialistas na área. A atual evolução dos dispositivos de lançamento de foguetes está tornando essa ideia cada vez mais plausível, abrindo caminho para o turismo espacial e a ampliação dos limites da civilização humana.
Mesmo não sendo um planeta, a Lua é o local mais simples para uma colonização inicial ou até mesmo uma base para missões mais ousadas. Tanto que um estudo, publicado em 2016, estimou que uma pequena base lunar poderia ser construída por 10 bilhões de dólares, com entrega prevista para 2022.
Com a construção de um assentamento lunar, os habitantes de lá precisariam se adaptar às condições adversas do novo lar. Um dos problemas seria o ciclo de dias e noites, que são bem diferentes do que conhecemos aqui na Terra.
Ao contrário do que muitos pensam, não existe um lado permanentemente escuro na Lua, mas sim um que nunca vemos da Terra. Ela é iluminada pelo Sol durante os seus movimentos de rotação e translação, com a luminosidade atingindo todos os lados durante o processo.
Observando o satélite da Terra, vemos que sempre existe uma face oculta porque os 27 dias necessários para que ela complete uma volta ao redor do nosso planeta coincidem com o tempo de um giro em torno do próprio eixo. Isso faz com que aproximadamente 41% da superfície da Lua nunca sejam visíveis da Terra.
Exceto durante eclipses, metade da Lua está sempre iluminada pelo Sol, e isso pode ser provado pelas fases da Lua. Tudo depende da posição relativa entre o Sol e a Terra. Então, quando a Lua está alinhada entre os dois corpos celestes, não recebe quase nenhuma luz na face visível para nós — e é chamada de Lua Nova. A configuração semelhante, mas com a Terra no meio do conjunto, faz com que a face iluminada fique totalmente visível — Lua Cheia.
Se considerarmos um dia como o período de tempo que o Sol leva, considerando nosso ponto de vista, para se deslocar e ocupar a mesma posição no espaço, um dia lunar possui 29,5 dias terrestres. Ou seja, imaginando que você esteja em um ponto qualquer da Lua, seriam 2 semanas inteiras de iluminação solar, seguidas de outras 2 na total escuridão.
A pequena inclinação do seu eixo de rotação, que é de apenas 1,6° (contra os 23,5° da Terra), faz com que os polos recebam iluminação de forma constante. Por outro lado, não existe face escura da Lua, mas grandes crateras nos polos acabam gerando uma sombra eterna, que não recebe luz solar há mais de 2 bilhões de anos.
A ausência de atmosfera faz com que a flutuação de temperatura nesses períodos seja gigantesca, variando entre 127 °C no ápice do período de iluminação e - 173 °C na escuridão. Detalhes como esse precisam ser levados em conta em missões de exploração, por isso o pouso de astronautas americanos, que começou em 1969, sempre foi programado para acontecer em uma região onde o “dia” tinha acabado de começar. Assim, eles conseguiam aproveitar a iluminação natural, mas a superfície ainda não tinha alcançado a temperatura máxima.
Da mesma forma que conseguimos identificar as fases da Lua ao longo do mês, o morador de uma colônia lunar construída no lado onde é possível visualizar o nosso planeta também veria a Terra em fases. A diferença é que elas seriam sempre contrárias; ou seja, quando daqui estivéssemos vendo uma Lua Cheia, o astronauta veria uma “Terra Nova”.
O brilho do nosso planeta, quando visto da Lua, possui uma intensidade de 43 a 55 vezes maior do que uma Lua Cheia vista daqui. Isso faz com que, mesmo durante o período noturno no satélite, ele se mantenha iluminado pelo nosso planeta.
Apesar da realização de um levantamento de custo de implantação de uma base lunar, é necessário que alguém banque essa empreitada. Tudo nos leva a crer que uma construção como essa é questão de tempo, iniciando o processo de colonização humana pelo Universo. Não é possível dizer se estaremos vivos para poder programar férias na Lua; porém, caso isso aconteça, você já sabe que vai precisar de tapa-olhos bem potentes para dormir confortavelmente.
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