Artes/cultura
18/01/2019 às 10:00•1 min de leitura
O uso da tecnologia a favor da ciência tem permitido que as novas descobertas cheguem cada vez mais longe. Foi o que aconteceu quando o crânio de um réptil marinho, com 200 milhões de anos, foi escaneado pela primeira vez em 3D. A proeza permitiu revelar detalhes mínimos, como a presença de canais ramificados, que eram vasos sanguíneos e nervos.
O ictiossauro era um parente dos lagartos e das cobras, mas bem semelhante aos tubarões e aos golfinhos em termos de aparência e hábitos. Embora o fóssil seja do período jurássico, o animal não é considerado um dinossauro.
Estudos que analisaram a composição física dos animais indicam que esses “golfinhos da Era Mesozoica” vieram de répteis que respiravam por pulmões e viviam na terra. A forma de peixe veio cerca de 30 milhões de anos mais tarde, como uma forma de adaptação ao ambiente.
A imagem gráfica tridimensional gerada a partir do uso de tecnologias de tomografia computadorizada só foi possível graças ao bom estado de preservação do fóssil. Encontrado em argila, a uma profundidade de 1,2 metro em Warwickshire, na Inglaterra, o material — incrivelmente — não foi esmagado pelos sedimentos que se acumularam ao longo dos anos.
Os pesquisadores da Universidade de Manchester conseguiram reconstruir digitalmente o crânio de quase 1 metro. Ainda que os registros do “lagarto peixe” no museu o categorizem como um ictiossauro comum, a equipe acredita se tratar de uma espécie rara do animal. Chegando a medir 4 metros de comprimento e com um crânio até 2 vezes maior do que o tamanho regular, esse é o maior ictiossauro já encontrado.
Em dezembro de 2018, pesquisadores alegam ter desenterrado um fóssil da espécie que ainda apresentava pele e gordura. Embora o tamanho não seja comparável ao do encontrado na Inglaterra, também foi uma descoberta e tanto. Menos conhecidas do que os imponentes T. Rex, ainda há muito a ser estudado sobre essas criaturas marinhas altamente especializadas.