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12/06/2019 às 04:00•1 min de leitura
Entre uma brincadeira e outra, um grupo de crianças de um jardim de infância da cidade de Saint-Laurent Médoc (no sudoeste da França) fez uma descoberta incrível: o espaço já foi um cemitério e restos mortais foram encontrados pelas crianças no local.
Foto: Patrice Courtaud/Universidade de Bordeaux
A descoberta dos pequenos aconteceu em 2006 e a partir daí, o jardim de infância virou uma área de análise e pesquisa para arqueólogos e antropólogos. O estudo publicado no Jornal de Ciência Arqueológica e indica que o cemitério foi utilizado por diversos grupos em períodos diferentes por cerca de dois mil anos.
Segundo a arqueóloga Hannah James, isso comprova que as pessoas estavam voltando para o local e enterrando os corpos neste mesmo local. “Isso aconteceu entre o período Neolítico até a Idade dos Metais. Estamos olhando para os restos de cerca de 3600 a.C, e todo o período que vai até até cerca de 1250 a.C", conta.
Na primeira análise, acreditava-se que o túmulo pertencia a pessoas da cultura Beaker, predominante em grande parte da Europa entre os anos 2800 a.C e 600 a.C. Porém, ao fazer a análise mais detalhada dos restos dos esqueletos, por meio do radiocarbono, descobriu-se que os restos encontrados são, na verdade, de diversas culturas - entre 3600 a.C e 1250 a.C -, inclusive das montanhas dos Pirineus, no sul.
Utilizando a técnica do radiocarbono, além da arcada dentária e pertences enterrados juntos, é possível descobrir de qual região uma pessoa era ou viveu ao longo da vida.
Foto: Patrice Courtaud/Universidade de Bordeaux
Justamente por reunir restos mortais de tantas culturas de períodos diversos, o motivo pelo qual o espaço foi usado como cemitério ao longo dos tempos continua sendo um mistério, segundo os pesquisadores. Para a arqueóloga Hannah James, por não ser um local comum para um cemitério - normalmente em colinas -, deve existir “algo a mais” sobre o local para que tantas culturas tenham voltado para enterrar seus ancestrais naquele solo.