Artes/cultura
24/08/2019 às 02:00•1 min de leitura
Ninguém pensa na cor verde quando ouve falar de morango. O vermelho vibrante toma a mente imediatamente, mas não é sempre assim. Esses morangos até parecem vermelhos como quando estão frescos, mas não há matiz rosada na imagem. Ao aumentar o zoom você perceberá que os pixels são nos tons verde e azul.
Agora, por que nós vemos o tom escarlate? O fenômeno visual que explica se chama constância de cores. Nós percebemos e identificamos as cores com base no comprimento da onda de luz que o objeto reflete e esses comprimentos estão sempre em fluxo. O que a constância de cores faz é nos ajudar a ajustar essas alterações mantendo o tom de um item, como o morango, da mesma forma e isso acontece mesmo que o ambiente ao redor do objeto mude drasticamente.
Na praia, por exemplo, a luz se altera conforme o sol se move, durante o dia em um tom menos amarelado, ao se pôr ele inunda o local com um amarelo profundo, mas as cadeiras de praia azuis continuarão parecendo azuis.
Havia o pensamento, entre cientistas, que a constância da cor era algo enraizado no cérebro, portanto, biológico, conta David H. Foster, professor de Sistemas de Visão da Universidade de Manchester, mas outros especialistas argumentaram que as experiências pessoais interferem em como uma cena deve parecer, sem fotorreceptores envolvidos no processo.
A pesquisa mais recente, no entanto, sugere que cada um dos mecanismos desempenha um papel. Enquanto os neurônios se ajustam para manter a consistência, a memória daquele determinado objeto é essencial.
No caso desses morangos, é a fonte de luz que produz uma imagem simples e cotidiana em uma ilusão. Ao sentir a tonalidade azul na foto, nosso cérebro subtrai cada pixel restaurando as cores que sabemos que eles devem ter.