Estilo de vida
24/09/2019 às 14:30•2 min de leitura
Uma zebra de bolinhas é algo que tem o potencial de fazer a internet vir abaixo sobrecarregada de fofura, e foi isso o que a pequenina Tira conseguiu fazer. Atual estrela da Reserva Nacional Masai Mara, no Quênia, a zebrinha, descoberta quando contava com apenas uma semana de vida, tem uma condição genética conhecida como "pseudomelanismo". Isso faz com que o padrão de listras da zebra não seja o usual.
“Zebras são animais de pele escura e suas listras surgem de células especializadas chamadas melanócitos, que transferem a melanina para alguns de seus pelos, que ficam pretos. Pelos sem melanina são brancos. Em raras ocasiões, algo dá errado e a melanina não se manifesta como listras e sim, em outros formatos”, explica a bióloga Brenda Larison, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade da Califórnia.
Fonte: Instagram/Frank Liu
No início, o guia do parque Antony Tira (o primeiro a observá-la) não acreditou no que viu. “Pensei que fosse uma zebra que havia sido pintada ou marcada para fins de migração. Fiquei confuso quando a vi pela primeira vez”, lembra Tira.
Zebras com padronagens diferentes ou até mesmo de outras cores são raras, mas não incomuns. A editora Natasha Daly, da revista National Geographic, topou com uma zebra dourada no início deste ano, no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia.
Animais com as costas completamente marrons ou com bolinhas são vistos na região do Delta do Okavango, em Bostuana, desde 1950. Infelizmente, quase todos eram potros, o que pode fazer com que o futuro de Tira seja incerto. Segundo Brenda Larson, a maioria das zebras com uma coloração incomum não sobrevive por muito tempo. “Embora seja mais difícil para um predador atingir um indivíduo em um grupo, é mais fácil para ele se o animal for diferente”, diz ela.
Mesmo que o bando a proteja, suas bolinhas podem trazer outro problema. Há tempos a ciência debate sobre o papel das listras na sobrevivência das zebras – camuflagem, sinalização social e controle de temperatura são algumas funções aventadas. Atualmente, alguns acreditam que as listras teriam a prosaica tarefa de repelir as moscas.
Na África, esses insetos transmitem doenças fatais para as zebras (como a gripe equina), cuja pele fina as tornam especialmente vulneráveis. As listras teriam como função desorientar as moscas: experimentos em campo mostraram que esses insetos não gostam de pousar em superfícies listradas.