Artes/cultura
10/10/2019 às 03:00•3 min de leitura
A população de cachorros no mundo já ultrapassou a casa dos 150 milhões há muitos anos. Em todo o planeta, muitos cachorros são “produtos” de criação seletiva e até mesmo de raças modificadas pelas mãos humanas. Mas muito deles escaparam ilesos da intervenção do homem e vivem livres, completamente soltos e adaptados ao seu ambiente.
Se você pensa que estamos falando dos famosos cachorros vira-latas, não é bem isso. Os cachorros selvagens ou semisselvagens são raças distintas com habilidades únicas e vivem espalhados pelo mundo, dos cães de Carolina aos potcakes das Bahamas. Nós trouxemos aqui cinco que você deveria conhecer.
O cachorro cantor de Nova Guiné é uma raça bem antiga. Eles chegaram até a ilha de Nova Guiné há cerca de 4 mil anos. Com 17 centímetros de altura, eles parecem um cruzamento de Dingo com Shiba Inu. Mas esse cachorro é diferente, ele tem um “toque de gato”. O cão cantor da Nova Guiné possui a coluna flexível como a de um gato, o que facilita a corrida atrás das presas. O uivo estridente é o motivo do “apelido” e já foi comparado ao som emitido pelas baleias jubartes.
Em Porto Rico, “cachorros de rua” são chamados de “satos”. Pequenos — geralmente —, com orelhas dobradas e pelos curtos, acredita-se que os satos sejam uma descendência dos primeiros cães de caça que foram levados ao país nos anos 1500. Os cachorros foram, por muito tempo, negligenciados e abandonados em Porto Rico. Há, inclusive, uma parte da ilha que ganhou o apelido de “praia dos cachorros mortos”. Atualmente, apesar de ainda existir o estigma, os animais abandonados contam com o suporte de organizações como o Projeto Sato, que se dedica a resgatar, esterilizar e encontrar lares para os cachorros sato.
De tamanho médio e, provavelmente, uma raça híbrida que nasceu do cruzamento entre os animais de estimação dos povos indígenas, os terrier deixados pelos navios de abastecimento e os cães britânicos que se mudaram para a ilha. Esse é o potcake, o cachorro das Bahamas que costuma interagir com os turistas que visitam sua terra. Embora não aparentem, eles são cachorros selvagens e receberam o nome de “panquecas” porque eram alimentados com a comida endurecida do fundo das panelas dos habitantes locais. Agora, os “panquecas” genuinamente bahamenses são chamados de Royal Bahamian Potcake.
Os Estados Unidos também possuem seus próprios cachorros selvagens e ao sul do país estão os cães de Carolina, que também já foram conhecidos como dingo americanos. Como o apelido sugere, eles são muito parecidos com seus primos australianos, com orelhas pontudas, focinhos longos e corpos musculosos. Eles são considerados a raça de cachorros mais antiga da América do Norte, chegando ao continente há 9 mil anos, mas só foram considerados uma raça distinta na década de 1970. Considerados os únicos cães selvagens do país, eles são ótimos caçadores, mas também são ótimos animais de estimação.
Eles estão no subcontinente indiano há milhares de anos e chegaram à Índia atravessando a China, que é considerado o lar dos primeiros cachorros domesticados do mundo. Os cães párias indianos são esguios e se adaptaram aos humanos. Amigáveis, eles vivem muito bem entre as pessoas e apesar de ser um cachorro semisselvagem, é facilmente encontrado nas casas indianas.