Artes/cultura
14/10/2019 às 06:00•2 min de leitura
O cosmonauta soviético Alexei Leonov morreu na última sexta-feira (11), em Moscou, aos 85 anos de idade, vítima de uma doença que o acometia há algum tempo. Um dos nomes mais importantes da história da exploração do espaço, ele foi o primeiro homem a realizar uma caminhada espacial, no dia 18 de março de 1965.
Integrante do grupo inicial de astronautas da União Soviética, ao lado de Yuri Gagarin, Leonov foi o 17º homem a ir ao espaço, mas o primeiro a sair de um módulo espacial enquanto a nave orbitava a Terra.
Ele também foi o comandante da metade soviética da primeira missão espacial conjunta entre os Estados Unidos e a Rússia, a missão Apollo-Soyuz, em 1975, ponto de partida para uma colaboração existente até hoje e um dos primeiros passos para a criação da Estação Espacial Internacional (ISS).
Instrutor de paraquedismo da Força Aérea da União Soviética, Alexei Leonov entrou para a equipe de cosmonautas em 1960. Cinco anos depois, ele fazia história ao sair da nave Voskhod 2, ficando 12 minutos e 9 segundos flutuando no espaço — durante esse período, usou uma câmera para registrar várias imagens da Terra.
A caminhada pelo espaço foi motivo de muita comemoração, mas quase o matou o cosmonauta. Isso porque o seu traje inflou enquanto ele estava do lado de fora da nave, dificultando a sua movimentação. Em uma arriscada manobra de emergência, Leonov soltou o oxigênio do traje e conseguiu desinflá-lo, mas teve que ser rápido para entrar na Voskhod 2, antes que o nitrogênio do seu sangue começasse a ferver.
No retorno à Terra, mais problemas. Como o sistema de descida automática da nave não funcionava, ele e seu companheiro de equipe utilizaram o modo manual e acabaram pousando a mais de 2 mil quilômetros de distância do local planejado, tendo que esperar três dias até a chegada do resgate.
Em sua conta oficial no Twitter, a NASA expressou tristeza em relação à morte de Alexei Leonov e disse que “sua aventura no espaço deu início à história de atividades fora de veículos espaciais e faz hoje a manutenção da Estação Espacial possível”.