Análise de esgoto revela as drogas mais usadas em diversos países

29/10/2019 às 11:001 min de leitura

Analisando o esgoto obtêm-se dados praticamente em tempo real dos hábitos da população. Cientistas concluíram quais são as drogas favoritas e a quantidade média destas substâncias ilícitas usadas em determinadas cidades com apenas amostras de água de seus esgotos.

O Sewage analysis CORe group Europe, ou SCORE group, fez uma compilação dos resultados do monitoramento internacional que realizou por um período de sete anos, de 2011 a 2017. Foram analisadas semanalmente amostras referentes a cerca de 60 milhões de pessoas em 120 cidades, espalhadas por 37 países no mundo. 

A pesquisa se concentrou na busca de quatro substâncias ilícitas: cocaína, metanfetamina, anfetamina e ecstasy. Os resultados provam que estas drogas são usadas de maneiras diferentes mundialmente e correlações foram pontuadas.

Resumo da análise mundial do SCORE group

  • Metanfetamina é a droga favorita em cidades dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Coréia do Sul. Os níveis foram extremamente excessivos em comparação com o leste europeu, por exemplo.
     
  • Granby e Montreal, duas cidades no Quebec, estão em geral na média ou abaixo da média no consumo das substâncias, com exceção da metanfetamina — ambas as cidades estão entre as que mais usam a droga no mundo.
     
  • O consumo de metanfetamina parece estar se alastrando para o norte e centro da Europa a partir de cidades (da Alemanha, Tchéquia, Eslováquia) com maior índice de seu consumo, mas ainda é mais baixo que de outras drogas.
     
  • Cocaína é de longe a droga favorita de cidades do Sul e Oeste da Europa: Suíça, Itália, França, Espanha e Reino Unido. Além disso, os níveis de consumo aumentaram nestes sete anos de pesquisa.
     
  • Bélgica e Países Baixos apresentam elevados níveis de cocaína e metanfetamina.
     
  • Na Colômbia e em Martinica os níveis de cocaína são superiores às demais substâncias.
     
  • Ecstasy não é a droga favorita de nenhum país, mas seu uso aumentou na maioria das cidades onde foram registrados traços da substância.

"A análise de esgoto também foi instrumental no projeto que a Statistics Canada começou em março de 2018, monitorando o consumo de canábis pós-legalização", disse Viviene Yargeau, professora do departamento de engenharia química na McGill University (Montreal).

O método fez sucesso pois proporciona identificação do abuso de drogas muito mais rapidamente que outras abordagens.

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