Estilo de vida
30/10/2019 às 10:03•2 min de leitura
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriu a presença de uma mancha de óleo a aproximadamente 50 km de distância da costa sul da Bahia. As informações foram verificadas na manhã do dia 28 de outubro a partir de imagens de radar, captadas por um satélite pertencente à Agência Espacial Europeia.
Apresentando 200 km² de extensão, a mancha de óleo é um dos resultados do vazamento petrolífero ocorrido no litoral do Nordeste brasileiro que já afetou pelo menos nove estados do país. A pesquisa feita pela UFRJ foi a primeira que constatou a existência de óleo na superfície marítima — anteriormente, o produto só havia sido observado na extensão das praias litorâneas.
A princípio, o derramamento de óleo foi visto no estado da Paraíba, no dia 30 de agosto. Desde então já existem mais de 260 localidades afetadas, sendo elas localizadas em 94 municípios de nove estados brasileiros.
Segundo dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Renováveis, o Ibama, esse vazamento teria acontecido a uma distância de 200 e 600 km do litoral. Além disso, ao longo dos meses que já se passaram, o óleo se alastrou por aproximadamente 2.200 km de extensão do Nordeste do Brasil, sendo a Praia de Acuípe, localizada em Ilhéus, o ponto mais ao Sul registrado.
Não se sabe ao certo a dimensão dos danos causados por tamanho desastre, nem o período de tempo que levará para recuperá-los, se houver essa disponibilidade.
O satélite utilizado pela Agência Espacial Europeia proporciona a captação de imagens e consequentes dados, apresentando muita qualidade de pesquisa. Neste caso, o radar utiliza uma técnica bem conceituada para verificar a existência de manchas de óleo no mar.
Segundo José Carlos Seoane, professor do Departamento de Geologia da UFRJ, a técnica aplicada para a constatação de óleo dá-se a partir da comparação da ondulação da água nas imagens. Ou seja, a existência de óleo torna essa ondulação inexistente, mantendo a água mais lisa. Essa condição é visualizada em função da sensibilidade que o radar apresenta para medir a rugosidade e lisura.
Dessa forma, a partir dessas imagens de satélite, foi possível perceber a grande mancha de óleo na costa da Bahia com todas as suas dimensões aproximadas e distâncias. E, apesar de nada ter sido feito efetivamente pelas autoridades, dados como esse podem ajudar a população a ter uma noção de todo impacto que o vazamento pode acarretar.