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12/11/2019 às 08:00•3 min de leitura
Os cães da raça Pit Bull estão entre os mais incompreendidos que existem por serem conhecidos pelo temperamento violento ou por causa da força bruta que aparentam. Porém, nada disso é verdade — assim como qualquer outra raça, a influência do ambiente e dos proprietários dita muito mais sobre as atitudes dos pit bulls.
Ao contrário do que se diz, os Pit Bulls não tem mandíbulas que travam e não soltam mais os seus alvos de ataques. Eles possuem uma musculatura forte e bem desenvolvida na mandíbula, fazendo com que agarrem sua presa. Por serem derivados dos Terriers, ele têm o costume de agitar o animal capturado em vez de soltar e morder novamente.
Os Pit Bulls foram criados para uma prática chamada de "isca de urso", uma prática cruel em que um ou mais cães brigavam contra um urso para divertir uma multidão. Com o tempo, o governo baniu tal prática, mas as pessoas passaram a organizar rinhas de cães, pela facilidade de montar o espaço para as brigas. Culpa da Inglaterra do século XIX.
A força da mordida de um Pit Bull sempre foi algo estranho entre as informações falsas divulgadas pela internet. É possível encontrar números como 2.000 PSI (libras por polegada quadrada), quando um leão tem uma mordida de 600 PSI. Em um especial para a National Geographic, em 2007, Brady Barr trouxe um estudo sobre a mordida de três cães: um Pastor Alemão, um Rottweiller e um Pit Bull. Os resultados mostram que o Rottweiller traz a mordida mais forte, com 325 libras, enquanto que o Pit Bull fica na última posição, com apenas 235 libras.
A American Temperament Test Society é uma organização sem fins lucrativos dedicada a avaliar todas as raças de cães para descobrir quais são mais agressivos e quais são mais simpáticos. O Pit Bull Terrier Americano, como é conhecido, traz uma porcentagem de aprovação de 86,8%, sendo maior que algumas raças, como golden retriever ou pastor alemão.
No início do século XX, o Pit Bull era o cão mais popular entre os animais de estimação graças à sua natureza amigável e por sua lealdade. Esta é uma característica que faz com que esta raça não seja boa como cão de guarda — eles tendem a olhar o intruso como um novo amigo, e não como um perigo.
Indo contra tudo que é dito sobre a raça, os Pit Bulls são os mais escolhidos entre os cães de terapia. Eles trazem todo o apoio emocional necessário para quem está sendo tratado, especialmente quando são crianças. Elas tendem a formar um vínculo emocional com os cachorros, ainda mais após eventos trágicos.
Graças à falta de informação sobre a raça, os governos criam leis contra os Pit Bulls sem lembrar que o maior fator que leva um cachorro a ser agressivo é seu dono e o ambiente onde ele vive. É importante ressaltar que a mídia nacional tem sua parcela de culpa ao reportar muito mais ataques da raça quando comparada a outros cães — os labradores são a raça que mais ataca outras pessoas, segundo diversos estudos.
Assim como todas as outras raças, os Pit Bulls alertam quando estão prestes a realizar um ataque, nunca sendo sem aviso prévio. Seja em forma de rosnado ou latidos, os sinais podem até serem confundidos com brincadeira, porém, há uma sequência crescente de eventos que levam ao ataque.
Ao contrário do que se diz, os Pit Bulls treinados para rinhas de cães podem ser reabilitados. Uma das razões para isso é que eles são treinandos para atacarem outros cachorros, mas não humanos. Eles são muito amigáveis e carinhosos com as pessoas em geral.
Ao contrário do que se diz, os Pit Bulls não são monstros incapazes de terem sentimentos. Eles sentem dor assim como qualquer outro cachorro, mas podem bloquear este sentimento caso estejam focados em outra coisa. Graças aos anos de treinamento para rinhas de cães, eles conseguem suportar alto nível de dor.