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04/12/2019 às 10:00•2 min de leitura
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiram medir pela primeira vez os batimentos cardíacos da baleia azul. O maior animal do mundo apresentou extremos diferenciados durante o mergulho e os momentos na superfície. O resultado da pesquisa foi divulgado recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America.
Segundo os dados, a frequência cardíaca do mamífero fica entre 4 e 8 batimentos por minuto durante mergulho. Por outro lado, quando elas estão na superfície a frequência fica entre 25 e 37 batimentos por minuto, podendo chegar ao limite de 40. Esses dados mostram a grande elasticidade dos órgãos da baleia, especificamente o arco aórtico.
Após análise dos dados, os pesquisadores apontam que o coração da baleia azul possui características incomuns e pode estar funcionando no limite. Isso é um indicativo do motivo delas não crescerem ainda mais ao longo da evolução. Além disso, indica também o porquê de nenhum outro animal ser maior que elas.
"Os animais que operam em extremos fisiológicos podem nos ajudar a entender os limites biológicos do tamanho. Eles também podem ser particularmente suscetíveis a mudanças no ambiente que podem afetar o suprimento de alimentos. Portanto, esses estudos podem ter implicações importantes para a conservação e manejo de espécies ameaçadas, como as baleias azuis” disse Jeremy Goldbogen, professor de Stanford e um dos autores da pesquisa, ao site da Universidade.
Para realizar a pesquisa, os especialistas colocaram uma etiqueta com quatro ventosas com eletrodos próximo à nadadeira esquerda do mamífero, sem machucá-lo. O dispositivo foi o responsável pelo registro da frequência cardíaca. Inicialmente foi feito apenas em um animal selvagem, ou seja, livre.
Para o futuro próximo, eles pretendem adicionar outros recursos à etiqueta, como um acelerômetro. Eles também pretendem medir a frequência de outros tipos de baleias, como a jubarte.
"Muito do que fazemos envolve novas tecnologias e muitas delas dependem de novas idéias, novos métodos e novas abordagens. Estamos sempre procurando forçar os limites de como podemos aprender sobre esses animais." afirmou Dave Cade, co-autor da pesquisa.