Rato gigante pode estar levando espécies de albatrozes à extinção

17/12/2019 às 14:002 min de leitura

Estudos publicados pela Royal Society for the Protection of Birds revelaram que ratos foram introduzidos na ilha de Gough durante o século XIX e, desde essa entrada, estão evoluindo e se adaptando a hábitos de predadores naturais de albratrozes, devorando filhotes de alguns pássaros e se alimentando de seus ovos, colocando em risco a perpetuação de espécies com altos graus de extinção.

Apesar de haver um projeto para erradicar os roedores da ilha, considerada um dos santuários de aves mais importantes do mundo, diversos registros estão mostrando um aumento desproporcional do tamanho dos animais, além do aumento em suas forças de ataque, com uma câmera registrando até nove deles se alimentando, ao mesmo tempo, de um único espécime filhote, causando uma perda de cerca de dois milhões de filhotes anualmente.

https://www.rspb.org.uk/our-work/conservation/projects/gough-island-restoration-programme/
(Fonte: Reprodução)

"Muitas das aves da ilha são pequenas e fazem seus ninhos em buracos", diz o pesquisador Anthony Caravaggi, da University College Cork, na Irlanda. "Os filhotes são menores e não têm como fugir, então, para um rato oportunista, eles são presa relativamente fácil. Como ficaram maiores, os ratos agora atacam todos os pássaros, mesmo os filhotes de albatroz-de-tristão, que são maiores do que outras aves".

O otimismo em salvar as espécies não sobrevoa o ambiente dos estudiosos, que afirmam que "num curto espaço de tempo, o albatroz-de-tristão desaparecerá, assim como várias outras espécies". Atualmente, apenas 2 mil casais de aves estão registrados pelos dados da equipe.

https://moosegazette.net/mice-begin-eating-adult-albatrosses-on-remote-british-island/146573/
(Fonte: Reprodução)

Colônia de férias

A ilha de Gaugh tornou-se uma importante colônia de aves exatamente por ser livre de predadores e remota, algo que poderia, certamente, perpetuar as espécies que sofrem riscos de extinção. Alex Bond, do Natural History Museum, também paira com os mesmos olhares de desconfiança sobre a presença dos ratos, declarando que "surgem novas gerações de ratos umas duas vezes por ano, mas, para aves como a albatroz-de-tristão, que ficam os primeiros dez anos no mar, demora muito para esses mecanismos comportamentais terem efeito."

A operação para eliminar os ratos seria realizada com a utilização de umas bombinhas contendo cereais anticoagulantes, que eliminaria os ratos rapidamente e que, segundo Bond, "é algo que já foi feito em 700 ilhas pelo mundo", mas as dificuldades de movimentação e transporte na ilha têm dificultado o sobrevoo.

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