Ciência
17/01/2020 às 10:15•2 min de leitura
Diante da recidiva de doenças que já haviam sido extirpadas do Brasil, pais que se recusam a levar seus filhos para a vacina são levados à Justiça e são obrigados a ministrar nas crianças as pendentes, e também a seguirem o Calendário Nacional do Ministério da Saúde. A imunização de menores é um direito garantido pela Constituição Federal e também pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, e pais que não observarem este direito poderão ser multados e também perder a guarde de seus filhos.
No início de janeiro, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais ordenou a vacina compulsória de duas crianças que deixaram de ser imunizadas por decisão unilateral de seus pais, que alegaram que imunizar seus filhos poderia trazer riscos à saúde deles.
Estes pais fundamentaram a decisão por meio de pesquisas em artigos médicos e científicos nacionais e internacionais, e também alegaram que a imunização compulsória viola o poder familiar e a liberdade religiosa.
O relator do recurso, Desembargador Dárcio Lopardi Mendes, negou provimento à Apelação com fundamento no direito Constitucional à saúde, que assegura o direito à vida e é um dever do Estado assegurá-lo, também acrescentou que “a vacinação engloba mais do que a proteção imunológica do próprio indivíduo vacinado, alcançando toda a sociedade, uma vez que o vetor se torna inócuo”.
Casos de familiares que decidem não levarem crianças para vacina tem aumentado no Brasil, este caso de Minas Gerais não foi o primeiro. Os Ministérios Públicos dos Estados estão sendo obrigados a ajuizarem ações no intuito de proteger o direito à saúde de menores. Em 2019, nos Estados de Santa Catarina e São Paulo, outras famílias também foram compelidas pela Justiça a imunizarem seus filhos.
Dados do Ministério da Saúde confirmam que nos últimos anos ocorreu uma queda considerável na cobertura, dentre as obrigatórias, apenas a BCG atingiu o alto índice de 95% em 2018.
Na tentativa de minimizar este problema, os Estados de São Paulo e Paraná, legislaram para que escolas e creches exijam a carteira que comprova a imunização no ato da matrícula.
Em dezembro de 2019, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que prevê a prisão de pais e responsáveis que não imunizarem crianças, este projeto ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça.
Não imunizar crianças é um grande risco para a saúde delas e também de outras pessoas que mantêm contato com elas, e também podem levar à aplicação de multa aos pais e a perda da guarda.