Estudo sugere que pangolim pode ter transmitido coronavírus

11/02/2020 às 02:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade Agrícola do Sul da China, em Guangzhou, Guangdong,  sugerem, em novo estudo na busca pela identificação da origem do 2019-nCoV, o coronavírus, que ela pode estar relacionada a outro animal comum na China, contrariando conclusões anteriores que determinavam os morcegos e cobras como possíveis transmissores.

Dessa vez, o acusado por espalhar o material genético viral é o pangolim, comumente encontrado no mercado dos peixes de Hunan, distrito de Wuhan, sendo o mamífero mais traficado do mundo. As conclusões vieram após a análise gênica do material genético do vírus e dos animais, agrupados em uma conjunto de cerca de 1.000 amostras. Os resultados foram surpreendentes, com quase 100% de compatibilidade e viabilizando o pangolim como um forte candidato a hospedeiro intermediário.

https://www.revistaplaneta.com.br/o-caminho-do-coronavirus-ate-nos-de-morcegos-a-pangolins/
(Fonte: Reprodução)

"As sequências genômicas do novo tipo de coronavírus isolado dos pangolins foram 99% idênticas às das pessoas infectadas, indicando que os pangolins podem ser um hospedeiro intermediário do vírus", informaram os técnicos em nota, segundo imprensa local. No entando, os resultados estão sendo tratados com imensa cautela pelos cientistas, já que o projeto ainda não foi totalmente concluído.

Liu Yahong, presidente da universidade, disse que as novas conclusões sobre a participação do vírus podem ajudar, no futuro, de diversas formas no combate à epidemia e em sua contenção, assim como oferencendo respostas mais certeiras para auxiliar na aceleração da produção do antivírus. Além disso, o caso abre precedentes para o surgimento de políticas mais ativas que envolvam o combate ao tráfico de animais selvagens e seu consumo.

Sobre o pangolim

O pangolim, mamífero da ordem Pholidota, é tradicional das zonas tropicais dos territórios asiático e africano. Seu corpo escamado e sua fisionomia dobrável torna-o semelhante a um tatu e é um valioso produto comercial na Ásia, sendo o animal mais traficado do mundo por seu teor gastronômico e afrodisíaco, segundo União Internacional para Conservação da Natureza. Mesmo protegido por legislação internacional, o animal está ameaçado de extinção e entrou na lista de grupos ativistas contra o comércio ilegal de animais, pedindo o fim da exploração de espécies com fins mercantis.

https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2020020715145493-pangolim-e-apontado-como-possivel-hospedeiro-intermediario-do-coronavirus/
(Fonte: David Brossard/Reprodução)

Atualmente, o coronavírus chinês, iniciado em dezembro de 2019, contagiou mais de 30.000 pessoas pelo mundo, sento fatal em mais de 600 casos.

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