Abelhas mumificadas apontam como era a vegetação há 150 anos

14/02/2020 às 10:002 min de leitura

Uma descoberta incrível na catedral da cidade do Panamá permitiu que pesquisadores entendessem melhor sobre o ecossistema e a flora da região cerca de 150 anos atrás, no século XIX. Foram encontrados 120 ninhos de abelhas mumificadas, com dados que fizeram dessas estruturas uma verdadeira cápsula do tempo.

De acordo com os especialistas, estima-se que os ninhos tenham sido presos na Catedral Basílica Santa Maria la Antígua, que fica na cidade do Panamá, em 1875, devido a obras de restauração que foram feitas cinco anos após um grande incêndio no local. Com isso, calcula-se que os ninhos mumificados estiveram selados por cerca de 150 anos.

abelhas mumificadas em catedral no Panamá
(Foto: Journal of Hymenoptera Research)

Além dos restos de abelhas presentes nas estruturas, também foram encontrados grãos de pólen que permitiram identificar as espécies de plantas que haviam naquelas redondezas. Todo o processo de restauração, descoberta e exploração de informações foram feitos pelos especialistas do Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian (STRI) e publicados na revista científica Journal of Hymenoptera Research.

As abelhas e a vegetação

A descoberta dos ninhos foi feita em uma nova reforma na catedral no Panamá, enquanto a restauradora Sofia Lobo fazia a limpeza dos ambientes da igreja. De acordo com Sofia, as estruturas naturais estavam cobertas de ouro – ao olhar por trás, logo perceberam que os padrões se tratavam de algo natural, feito por insetos.

ninhos mumificados
(Foto: Journal of Hymenoptera Research)

Ao analisar os restos mortais das abelhas, os cientistas David Roubik e Bill Wcislo descobriram se tratar de uma espécie que é caracterizada por apresentar pernas traseiras amarelas brilhantes, cujo nome científico é Eufriesea surinamensis. Enquanto as abelhas fêmeas visitam diversos tipos de flores, os machos dessa classe preferem as orquídeas.

abelhas mumificadas
(Foto: Journal of Hymenoptera Research)

De acordo com o especialista em pólen tropical, Enrique Moreno, foram encontrados grãos de pólen de 48 espécies diferentes de plantas, inclusive de espécies que não existem mais na região. Através desses dados foi possível visualizar melhor sobre como era o ecossistema do local há mais de um século, assim como compreender e estudar as mudanças que ocorreram ao longo desses anos.

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